Príncipe desiste e Blatter é reeleito na Fifa após escândalo de corrupção

O maior escândalo da história do futebol não foi suficiente para impedir mais uma vitória de Joseph Blatter nas eleições da Fifa. O dirigente suíço conseguiu seu quinto mandato e comandará a entidade máxima da modalidade por mais quatro anos ao derrotar nas urnas o príncipe da Jordânia Ali Bin Al Hussein, seu único adversário no pleito realizado nesta sexta-feira (29), em Zurique.

Blatter teve 133 dos votos das 209 federações nacionais pertencentes ao quadro da Fifa. Já Hussein contou com apenas 73. Para que um vencedor fosse definido já no primeiro turno, eram necessários dois terços dos votos, ou seja, 140 indicações. O resultado forçaria todos os eleitores a voltarem à cabine de votação para uma segunda rodada, que seria definida por maioria simples. O príncipe jordaniano, porém, optou por desistir do pleito antes do início do segundo turno.

"Obrigado por terem me aceitado pelos próximos quatro anos. Estarei no comando deste barco chamado Fifa e que pretendo trazê-lo de volta para a orla para que o futebol possa ser jogado em qualquer praia", afirmou Blatter após a vitória. "Sou um homem de fé. Deus, Alá, qualquer um, eles nos ajudarão a trazer de volta esta Fifa para o lugar onde deveria estar. Ao fim de meu mandato, darei a Fifa a meu sucessor em uma posição muito forte, robusta. Temos que trabalhar juntos para atingir isso".

"Não é uma questão de idade, damas e cavalheiros, mas gosto de vocês, eu gosto do meu trabalho. Não sou perfeito, ninguém é. Juntos nós iremos. Vamos lá, Fifa! Vamos lá, Fifa!", completou.

Em seu discurso, Blatter também deu indícios de onde pode ter vindo o apoio decisivo para sua vitória. O mandatário negou que pretenda mudar a distribuição de vagas das confederações continentais para a Copa do Mundo, mas acenou com um agrado a Oceania nos torneios de base.

"Nós não tocaremos na Copa do Mundo, mas para as demais competições como sub-17 e sub-20 daremos uma segunda vaga e um pouco mais de respeito a uma das confederações, que é a da Oceania", anunciou.

A reeleição de Blatter ocorre após a Fifa ter sido estremecida nesta semana por um escândalo de corrupção que envolveu 14 pessoas e levou à prisão sete dirigentes do alto escalão que aguardavam o início do congresso da entidade. Entre os detidos está o ex-presidente da CBF e do comitê organizador da Copa do Mundo de 2014, José Maria Marin.

O escândalo fez com que a candidatura de Hussein ganhasse força. Presidente da Uefa, o ex-jogador Michel Platini reforçou o apoio da entidade ao príncipe jordaniano e pediu publicamente a Blatter que abandonasse o comando da Fifa. Porém, não foi suficiente para impedir que Blatter chegasse a mais um mandato. O dirigente suíço deteve o apoio decisivo das confederações de Ásia e África, que haviam anunciado seu apoio antes do pleito.

A eleição desta sexta-feira foi marcada por muita turbulência. Manifestantes ocuparam rua próxima da sede da Fifa com mensagens contra a reeleição de Blatter. Duas mulheres interromperam um discurso do mandatário no início das atividades do congresso, protestando contra os dirigentes e a favor da Palestina, e foram retiradas rapidamente. Para completar o tumulto, uma falsa ameaça de bomba movimentou a polícia suíça.

A CBF foi representada no congresso da Fifa pelo presidente da Federação cearense, Mauro Carmélio. Presidente da entidade máxima do futebol brasileiro, Marco Polo Del Nero abandonou a Suíça na última quinta-feira e retornou o Brasil para acompanhar a sequência das investigações do caso de corrupção.

Apesar de não ter o nome citado no relatório do FBI, Del Nero aparentemente é um dos suspeitos listados nos documentos montados pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos. Em dois arquivos um dos suspeitos é descrito como membro do alto escalão da Fifa, da Conmebol e da CBF, credenciais que batem com as de Del Nero. As ações desse personagem reforçam indícios de participação do atual chefe do futebol nacional no esquema de corrupção.

Fonte: UOL

Curta nossa página no Facebook



Nenhum comentário:

Postar um comentário

AddThis