Lava-Jato ameaça R$ 1,4 bi em investimentos no Ceará

O Ceará é o terceiro estado do Nordeste a ser mais impactado financeiramente com as investigações da Operação Lava-Jato, que apura um dos maiores esquemas de corrupção do País, envolvendo a Petrobras. Em torno de R$ 1,4 bilhão em recursos poderão deixar de ser aplicados em solo cearense com a paralisação dos investimentos em curso. O montante, representa 0,3% dos R$ 423,8 bilhões que estão ameaçados em todo o Brasil. O motivo é a suspensão formal de contratos, dado o envolvimento de empresas investigadas.

No ranking nacional, o estados mais afetado é o Rio de Janeiro, que responde por 25% do valor total, ou R$ 105,8 bilhões. Na sequência, vem São Paulo, com o valor de R$ 78,2 bilhões, e Pernambuco, que estima perdas da ordem de R$ 73,5 bilhões - valor que o coloca na primeira posição dentre os estados nordestinos com mais perdas, seguido da Bahia (R$ 21,3 bilhões) e do Ceará. Os dados constam no estudo 'Investimentos em infraestrutura e P&G com execução ameaçada no Brasil' da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).

Conforme a nota técnica, "até o momento, as investigações da Operação Lava-Jato resultaram na suspensão formal de contratação pela Petrobras de 25 empresas no Brasil, das quais 13 construtoras envolvidas nas mais importantes obras de infraestrutura do País e em grandes empreendimentos no setor de P&G (petróleo e gás) da Petrobras".

Ainda segundo o documento, "o risco de que novas empresas passem a constar na relação de investigados vem provocando a interrupção de pagamentos por parte da Petrobras a outras empresas que não estão citadas nas investigações, atingindo indiretamente a cadeia de fornecedores de P&G, notadamente os estaleiros", explica.

Empreendimentos
Os R$ 423,8 bilhões que correm o risco de não se consolidarem por todo o País estão relacionados, segundo o estudo, a 144 empreendimentos, sendo pelo menos 109 obras de infraestrutura, duas unidades de refino (Abreu Lima e Comperj), duas plantas de fertilizantes e 31 contratações junto a 18 estaleiros ameaçados de paralisação. O levantamento revela ainda que, do investimento total ameaçado, R$ 242, 8 bilhões estão previstos para serem aportados em 109 obras de infraestrutura e o restante, R$ 181 bilhões, são para o setor de petróleo e gás.

Setores
Considerando as obras de infraestrutura ameaçadas de paralisação no País, o setor de transporte e logística tem a maior participação, com 57% do valor total a ser aportado, somando R$ 137,2 bilhões.

Com 29% dos investimentos previstos o setor de energia elétrica é o segundo mais prejudicado, correndo o risco de perder R$ 70,8 bilhões.

Com aproximadamente 4% do total ameaçado, estão investimentos nas áreas da construção civil (R$ 8,9 bilhões), desenvolvimento urbano (R$ 9,1 bilhões) e investimentos olímpicos (R$ 10 bilhões). Por último, com 2% de total do volume total de recursos ou R$ 6,8 bilhões, estão obras de saneamento que correm o risco de serem paralisadas.

Entre as obras de infraestrutura com execução ameaçada está a Transposição do Rio São Francisco, em Pernambuco, que tem impacto direto para toda a Região Nordeste, somando R$ 8,2 bilhões em investimentos.

Em recursos aplicados, os empreendimentos com mais impacto financeiro em caso de paralisação são da área de energia, sendo lideradas pela Usina de Belo Monte (R$ 28,9 bilhões), no Pará; Usinas de Jirau (R$ 15 bi) e de Santo Antônio (R$13 bi), ambas em Rondônia; e Angra 3 (R$ 13,9 bi), no Rio de Janeiro.

Petróleo e Gás
Na liderança dos investimentos em P&G sob ameaça de não se concretizarem está a construção naval, com 59% do total ou R$ 103,1 bi. Em seguida vem refino (37% ou R$ 65,2 bi); fertilizantes (4% ou R$ 6,5 bi) e outros, com 3% do total, correspondendo a R$ 6,2 bilhões. Juntos os investimentos em P&G em risco soma R$ 181 bilhões.

Fonte: Diário do Nordeste

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