Crato (CE): Hospital São Francisco cancela serviços e pode até fechar, afirma diretor

Serviços como algumas cirurgias estão suspensos desde
o início do mês (Foto: Robson Roque/Ag. Miséria)
O Hospital São Francisco, em Crato, vive, segundo sua administração, um déficit mensal de cem mil reais. A cada mês, recebe 1,2 milhões entre repasses dos Governos Estadual e Federal e gasta 1,3 mil. Entre cortes e suspensões de serviços, como cirurgias agendadas que não acontecem desde o início do mês, a unidade de saúde não esconde que pode fechar.

“Realmente é uma situação que está se tornando insustentável. Nós temos hoje, aproximadamente, um milhão e cem mil reais de prontuários médicos, de internações parados nas prateleiras e precisamos, obviamente, de recursos para que esses valores sejam pagos ao hospital e nós possamos repassar também para todos os médicos e então saldar as contas que são geradas no momento em que a gente faz um atendimento”, explicou o diretor Marcelo Vasconcelos na tribuna da Câmara de Vereadores na manhã de terça-feira.

“A gente já tem buscado isso há algum tempo e, infelizmente, já não obtivemos sucesso e isso levou o hospital a paralisar, inclusive, as cirurgias eletivas, aquelas que podem ser agendadas. Nós deixamos de fazer desde abril sem prazo para voltar até que se resolva essa situação porque quanto mais nós atendemos mais vai aumentar esse débito que nós já temos hoje”, acrescenta.

Segundo Vasconcelos, por meio de verbas federais o município do Crato repassa 349 mil para internamentos e 192 mil para atendimentos de emergência e urgência, bem como exames de tomografia, raio-x e ultrassom. O Governo do Ceará, por sua vez, repassa 390 mil mensalmente para que haja médicos na emergência.

Ainda segundo a administração, o hospital atende a uma população de 340 mil habitantes da cidade do Crato e outros doze municípios que formam uma microrregião. “Um valor muito pequeno para uma população muito grande”, afirma Vasconcelos. “Por isso, obviamente, vai se gerando esses débitos”, acrescenta.

“Se esse débito não for corrigido fatalmente vai acontecer com o hospital o que já aconteceu com outros: a redução de atendimentos até o ponto, se não for tomada nenhuma atitude, de fechar as portas”, finaliza.

Robson Roque

Fonte: Miséria

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