Chuva piora tráfego nas estradas do Cariri

Com a maior deterioração de estradas do Cariri, durante o período de chuvas, moradores de diversas localidades da região têm reclamado constantemente das péssimas condições de tráfego, colocando vidas em risco. No Crato, a CE-561, desde que foi criada, não recebeu asfaltamento e está praticamente destruída. A rodovia liga a cidade ao distrito de Santa Fé em cerca de 15 quilômetros.

Moradores já chegaram a realizar manifestações e ameaçaram impedir o tráfego no local, por conta dos problemas. Já na CE-292, no trecho de Crato ao município de Nova Olinda, uma placa anuncia há vários anos, na Chapada do Araripe, 30 quilômetros de trecho danificado. A licitação, com as readequações de projetos para as vias, está prevista para julho deste ano.

Ambas as CEs estão em Áreas de Proteção Ambiental (APA), e, no caso da área maior a ser recuperada, é também Área de Proteção Permanente (APP), a Floresta Nacional do Araripe. Os dois trechos já chegaram a ter as obras licitadas e autorizadas, mas o problema está relacionado principalmente ao cumprimento das exigências ambientais. No caso da estrada de Nova Olinda, são 27 itens solicitados pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio) para a liberação da obra. Uma delas de que parte da estrada seja construída com pavimento rígido de concreto.

Outra solicitação do órgão ambiental é que se apresente projeto executivo das passagens de fauna, subterrâneas e áreas entre fragmentos florestais transpassados pela rodovia, a ser aprovado pelo órgão ambiental, considerando a possibilidade de prever passagens de fauna no mesmo nível do terreno.

Readequação
Segundo o Departamento Estadual de Rodovias (DER), está sendo realizada a readequação do projeto, atendendo às instruções do ICMbio, inclusive de mudança de pavimento. O diretor de engenharia rodoviária do DER, Quirino Ponte, diz que os procedimentos estão sendo cumpridos, mas como o projeto de restauração licitado é datado de 2009, faz-se necessária a readequação para o estado atual da rodovia, no caso da CE-292. Ele disse que, como está em processo de avaliação, não há um prazo determinado para licitação, que poderá acontecer em julho deste ano.

No caso da estrada de Santa Fé, ainda estão sendo concluídos os procedimentos finais relacionados à documentação, para atender às exigências. Segundo o secretário adjunto de Meio Ambiente do Município, Hildo Morais, por meio de uma parceria com o Estado, a administração do Crato ficou responsável pelo Estudo de Viabilidade Ambiental (EVA), que inicialmente seria realizado por meio da Superintendência de Meio Ambiente do Estado do Ceará (Semace).

Conforme o secretário, o processo de licitação para realização do estudo está em andamento e poderá ficar pronto em dois meses. Deverá custar aos cofres municipais mais de R$ 100 mil. Após a finalização desses procedimentos, será preenchido o Relatório de Autorização para o Licenciamento Ambiental (Reala). Neste caso, foram atendidos cerca de 22 procedimentos relacionados aos critérios ambientais. Há vários anos as solicitações para recuperação das rodovias vem sendo feita por moradores de municípios, além de Nova Olinda e Crato, incluindo estudantes que trafegam pelo local. Outras cidades, como Altaneira, Assaré, Potengi, Nova Olinda, Santana do Cariri, Campos Sales e Araripe também são prejudicados com a situação. Por várias vezes foi realizada manifestação na estrada, principalmente por estudantes universitários e topiqueiros, que trafegam diariamente pelo CE-292.

Sinalização
Na CE-561, com acesso ao distrito de Santa Fé, moradores estão sendo prejudicados com a grande quantidade de poeira na via. Além disso, não existe nenhuma espécie de sinalização no local. O transporte de passageiros feito em camionetas D-20 na área, além de já não oferecer segurança à população, os motoristas ainda afirmam que têm de redobrar os cuidados, por conta dos perigos.

Os prejuízos são grandes. O motorista Antônio Cândido que o diga. Há quase dois anos realizando o tráfego diariamente, ele afirma que o trecho que poderia ser feito em 20 minutos, demora até mais de uma hora. "Se a gente não andar devagar, quebra tudo", diz ele, que já acumula vários prejuízos causados com a precarização do trecho. Ele afirma que o problema já extrapolou e passou a ser um descaso com a vida das pessoas.

ELIZÂNGELA SANTOS
REPÓRTER

Fonte: Diário do Nordeste

Curta nossa página no Facebook



Nenhum comentário:

Postar um comentário

AddThis