Saiba como otimizar o seu WiFi

Ao dispensar o uso de cabos, as redes WiFi tornaram-se soluções cada vez mais utilizadas em residências e estabelecimentos para tornar mais prático acesso à internet. Com o crescente consumo de dispositivos móveis, é difícil prescindir a utilização da rede e confiar apenas nos pacotes móveis oferecidos por operadoras. Com tantos prós, o WiFi é cada vez mais indispensável. Porém, na prática, esse tipo de conexão pode apresentar problemas.

De acordo com Geneflides Laureno da Silva, coordenador do curso de Engenharia de Telecomunicações da Universidade de Fortaleza (Unifor), os principais tipos de inconvenientes encontrados em redes sem fio estão relacionados com lentidão, perda de conexão e pouco alcance de cobertura. "Em ambientes corporativos, estes problemas são minimizados com utilização de equipamentos de maior qualidade, interligação em série dos mesmos e também a atuação de empresas ou técnicos especializados. Já no universo residencial, geralmente os usuários não contam com a consultoria de empresas para instalação e avaliação do ambiente no qual os roteadores serão instalados", afirma.

Existem alguns fatores que atrapalham a transmissão do WiFi. Entre os principais estão posição do roteador, desatualização do equipamento, grande quantidade de aparelhos ligados em uma única rede, entre outros.

Melhorando o sinal
Para otimizar o acesso à web, existem algumas dicas que o usuário deve seguir para garantir que o carregamento de um vídeo ou o acesso à páginas na internet seja mais rápido.

O primeiro passo é adquirir equipamentos que possuam uma potência maior de transmissão e alcance do sinal. Custam um pouco mais caro, porém, o custo-benefício às vezes é surpreendente. Vale ficar atento também para a atualização do roteador. Assim como todos os eletrônicos, o WiFi está sempre evoluindo, sendo necessário novas versões para otimizar o bom funcionamento e garantir mais velocidade no envio de dados.

Em segundo, procure a melhor posição para colocar o seu roteador. É de grande importância que ele fique posicionado de forma central, em um ponto alto (como em cima de uma estante ou prateleira) e totalmente livre de obstáculos. Aparelhos com antenas devem estar apontadas para cima. Algumas pessoas tendem a direcioná-las para o local em que estão, comportamento considerado incorreto. Barreiras, como paredes, influenciam na transmissão do sinal.

Em residências maiores, o ideal é instalar repetidores de sinal. Eles pegam wireless do roteador principal e o repetem, funcionando como se o usuário tivesse equipamentos por todos os pontos da residência, inclusive em áreas consideradas 'cegas'.

A quarta dica é manter o aparelho longe de possíveis interferências. Apesar das faixas frequenciais de atuação das tecnologias serem definidas pelos órgãos de regulamentação, podem ocorrer distorções se os equipamentos trabalharem em frequências próximas a do Wireless. "Geralmente o que se percebe em alguns contextos é a quantidade elevada de dispositivos WiFi ligados bem próximos uns dos outros. Às vezes isso é percebido em prédios residenciais, onde cada apartamento possui o seu e, em alguns casos, em uma mesma residência. Como a tecnologia depende das faixas de frequências e em geral os roteadores já saem configurados com determinada padronização, pode acontecer uma alta densidade de equipamentos que se utilizam da mesma faixa, ocasionando interferências e queda na qualidade", explica Geneflides.

Programar o seu roteador para que ele reinicie automaticamente também é uma sugestão útil. O equipamento poderia travar em decorrência de superaquecimento. Desligá-lo para que ele ligue novamente é uma maneira de restaurar qualquer possível bug que possa existir.

Aumentar a segurança da sua rede também é uma boa dica. Escolher senhas com um padrão mais avançado é uma maneira de proteger o seu sinal de 'ladrões'. Escolher uma senha grande, que inclua números e letras, torna mais difícil o acesso à sua internet. Troque-a frequentemente. Além disso, nomeie a sua rede de modo que vizinhos não reconheçam logo de cara como sendo sua. Dificulte o trabalho de identificação.

Paliativos
Muitos usuários utilizam de artifícios para impulsionar o sinal do WiFi, como por exemplo, latas de alumínio. De acordo com o professor Geneflides Laureno, o experimento melhoraria a qualidade do sinal, ainda que a diferença seja mínima. "Isto é explicado devido as antenas dos dispositivos. Na visão do usuário leigo a lata melhorou o sinal quando na verdade, o que foi ampliado foi a extensão destas antenas bem minúsculas. É similar aquela solução já conhecida por nós da palha de aço. Não foi o sinal que melhorou, mas sim o raio de captação. Existem da utilização de latas de batata e refrigerante", afirma.

Porém, segundo Geneflides, é aconselhável sempre adquirir equipamentos de melhor qualidade em vez de se colocar fios, latas de alumínio ou outros artifícios e contratar uma equipe ou funcionário especializado para a instalação. O risco é de que, a partir do momento que colocamos pontos externos, os mesmos podem acidentalmente entrar em contato com energia e ocasionar choques.

Sinal gratuito
De acordo com um levantamento da empresa iPass, de 2013 a 2014, o número de hotspots WiFi (locais onde a tecnologia WiFi está disponível, como shoppings, cafés, restaurantes, aeroportos etc) aumentou 189% no Brasil de 2013 para 2014, avanço significativo em relação ao que possuíamos há cinco, 10 anos.

Para Geneflides Laureno, esse cenário nacional pode ser visto como positivo. "É óbvio que ainda não estamos no patamar de países asiáticos e europeus. Os Sistemas de Telecomunicações tem evoluído vertiginosamente e o caminho a percorrer é enorme. Praticamente todos os aeroportos do país já possuem redes WiFi em suas dependências e isto se repete em rodoviárias, restaurantes, metrôs e diversos locais públicos. Numa sociedade baseada no conhecimento e no domínio da informação, o fato de podermos ter acesso a isto praticamente em todos os lugares é excelente. Cabe a nós como usuários, profissionais e sociedade, fomentarmos e cobrarmos as melhorias", destaca o professor universitário.

Fonte: Diário do Nordeste



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