Explosão em navio plataforma da Petrobras deixa 3 mortos no ES

Uma explosão em um navio-plataforma a serviço da Petrobras deixou três mortos e dez feridos nesta quarta-feira (11), em Aracruz, no litoral Norte do Espírito Santo, segundo a Agência Nacional de Petróleo (ANP).

Seis pessoas estão desaparecidas. Segundo a Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp), uma equipe de nove bombeiros foi enviada ao navio em dois helicópteros da Marinha para realizar as buscas com foco nos desaparecidos, mas, eventualmente, também serão procurados corpos. O orgão informou que o trabalho seguirá durante toda a madrugada e que na manhã desta quinta-feira (12) dará um novo posicionamento sobre as buscas.

A suspeita dos bombeiros, ainda segundo a secretaria, é de que os funcionários estejam em alguma sala não atingida pela explosão e sem forma de se comunicar. O navio-plataforma está sem iluminação, o que dificulta o resgate.

Nota divulgada pela ANP informa que ocorreu uma explosão na casa de bombas às 12h50 e que foi comunicada 1 hora depois. Segundo a agência, 74 pessoas estavam no navio-plataforma. Não houve vazamento de óleo no mar.

A Infraero informou que os feridos foram levados de helicóptero para o Aeroporto de Vítória, de onde saíram nove ambulâncias com vítimas para os hospitais Vitória Apart Hospital e Metropolitano, em Serra, Grande Vitória. Os veículos foram escoltados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), para garantir rapidez no trânsito.

A suplente de coordenação do Sindipetro-ES, Mirta Chieppe, informou que 32 trabalhadores foram resgatados do navio-plataforma por um baleeiro e já estão hospedados em um hotel em Vitória. Outras cerca de 30 pessoas que permaneceram na plataforma após a explosão estão a caminho da capital e também vão ficar na mesma hospedagem, junto com familiares. Segundo o sindicato, todas essas pessoas estão sendo assistidas por psicólogos, médicos e assistentes sociais.

O sindicato ainda informou que os três corpos ainda pemanecem no navio-plataforma, que está totalmente desligado. Por esse motivo, ainda não foi possível chegar onde eles estão.

Feridos
Entre os 10 trabalhadores que se feriram na explosão, oito estão em um mesmo hospital particular da Serra. O diretor técnico do Vitória Apart Hospital, Cláudio Pinheiro, informou que o paciente em estado mais crítico é um filipino, que está em sedação profunda. Dos oito internados, cinco são brasileiros e três estrangeiros; sete são homens.

Sobre os feridos que estão no Vitória Apart, o diretor explicou que três pessoas, incluindo o filipino, estão em estado grave, três em moderado e duas com ferimentos mais leves. "O paciente filipino foi o único que chegou ao hospital sedado, os outros chegaram conscientes. Os que tem ferimentos mais leves não estão recebendo menos atenção, pois ainda podem aparecer traumas. Soubemos que um dos feridos ficou preso em um elevador e inalou muita fumaça, o que foi bastante prejudicial", disse.

A unidade informou que a Petrobras não autorizou a divulgação dos nomes dos pacientes. Os familiares de feridos que estão no hospital estão sendo atendidos por assistentes sociais. Ainda não há informações sobre os outros dois feridos que estão em um hospital particular na Serra.

Petrobras
O navio-plataforma FPSO Cidade de São Mateus é operado pela BW Offshore e afretado (contratado) pela Petrobras, que confirmou o número de vítimas e informou que havia 74 pessoas embarcadas no total – mas não especificou quantas trabalham para a petroleira.

"A unidade opera, desde junho de 2009, no pós-sal dos campos de Camarupim e Camarupim Norte, no litoral do Espírito Santo, a cerca de 120 km da costa", afirma o texto.

A plataforma, que armazena e produz petróleo e gás, tem foco maior na produção de gás. Segundo a ANP, sua produção é de 2,250 milhões de metros cúbicos de gás/dia e 350 metros cúbicos de óleo/dia.

O FPSO Cidade de São Mateus foi o primeiro para gás instalado no Brasil. O contrato entrou em vigor em 2009 e tem duração até 2018.

O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, comentou nesta tarde o acidente: “A diretora de Abastecimento e Gás [da Petrobras] já se deslocou até o local, estamos esperando um relatório do ocorrido. Mas quero desde já, em nome do governo federal, prestar condolências aos familiares das vítimas e pedir a Deus que aqueles que foram feridos tenham o pronto restabelecimento.”

O ministro disse que estava com a presidente Dilma Rousseff quando recebeu a notícia da explosão na plataforma. “A presidente lamentou muito e ficou muito sentida porque, afinal de contas, houve perda de vidas humanas”, disse Braga.

Brasileiros e estrangeiros
Mais cedo, Kristian Flaten, vice-presidente de relações com investidores da BW Offshore – sediada na Noruega – já havia informado sobre mortes, porém não sabia afirmar o número exato. Flaten afirmou que a tripulação da embarcação é mista de brasileiros e estrangeiros. Segundo ele, a BW irá divulgar um comunicado ainda nesta quarta com mais detalhes sobre o caso.

Vice-presidente de projetos da BW no Brasil, Benito Ciriza, lamentou o acidente e disse ao G1 que, no momento, a empresa está dando assistência às vítimas e auxiliando no resgate.

Resgate
As informações da Petrobras e da ANP confirmam os primeiros dados sobre o acidente, passados no início da tarde pelo Sindipetroleiros do Espírito Santo.

O sindicato afirmou que 32 pessoas que estavam na plataforma conseguiram desembarcar, sendo transportadas por um baleeiro (um tipo de barco).

Ao ser informado sobre o ocorrido, o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung, entrou em contato com a direção da Petrobras e colocou o estado à disposição para o socorro e atendimento às vítimas. O governo estadual ainda ofereceu ambulâncias e suporte à logística da operação.

Investigações
A Marinha do Brasil, por meio da Capitania dos Portos do Espírito Santo (CPES), informou que tomou conhecimento da explosão na plataforma e encaminhou um navio e duas aeronaves para a área, “com a prioridade inicial de realizar a evacuação de pessoal e remover as vítimas para os hospitais da Grande Vitória".

A CPES diz ainda que será aberto um Inquérito Administrativo sobre Acidentes e Fatos da Navegação (IAFN), para esclarecer as causas e responsabilidades pelo ocorrido na plataforma. "O prazo para a conclusão do inquérito é de 90 dias”, diz a nota.

Fonte: G1 ES



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