Ato em defesa da Petrobras tem troca de socos entre petistas e grupo que pede impeachment de Dilma

Militantes petistas e um grupo que pede o impeachment da presidente Dilma Rousseff se enfrentaram nesta terça-feira na porta da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no Centro do Rio, onde ocorre um ato intitulado "em defesa da Petrobras".

Inicialmente, houve xingamentos e dedo em riste, e foram rasgadas bandeiras do PT e do grupo rival. Em seguida, os militantes partiram para a briga física, e houve troca de socos entre os dois lados. Pelo menos um militante está com a mão ferida por causa da briga. Um policial chegou a pegar um vidro de spray de pimenta, mas não jogou nos manifestantes.

Os que se opõem ao ato gritam “Fora, Dilma” e os petistas chamam os adversários de “golpistas” e “coxinhas”. O evento, organizado por petroleiros e centrais sindicais, tem a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele chegou às 19h24m à sede da ABI. Como só há uma entrada, o carro em que ele estava passou no meio dos manifestantes pró-PT, que gritavam "Lula, guerreiro do povo brasileiro" e "Lula sai do chão, o petróleo é do povão".

Lula foi cercado de personalidades como os produtores de cinema Lucy e Luiz Carlos Barreto, o ex-presidente do PSB Roberto Amaral, o líder do Movimento dos Trabalhadores Dem Terra (MST) João Pedro Stedile e o vice-presidente do PT, Alberto Cantalice.

Pouco antes do início do evento, o presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, defendeu a separação das investigações de corrupção na Petrobras da preservação da imagem da empresa. Ele defendeu que os corruptores sejam punidos, mas, afirmou que há interesses privados se aproveitando da crise. Na linha da presidente Dilma, ele mencionou as evidências de que já havia corrupção na Petrobras no governo de Fernando Henrique (PSDB).

- Por trás disso há um interesse fundamentalmente do mercado internacional de privatizar a Petrobras, tomá-la do povo brasileiro - disse Freitas, afirmando que a CUT defende a continuidade das investigações da Operação Lava-Jato e a punição dos culpados.

- Não queremos parar CPI, só achamos que tem que ter investigação sobre tudo no Brasil. E não temos dúvida de que a malversação da Petrobras começou no governo antecessor de Lula, de Fernando Henrique Cardoso.

O líder sindical disse ainda que teme que a crise da Petrobras provoque desemprego.

- Estamos aqui para defender a Petrobras como empresa pública. Queremos separar as coisas. Se há corrupção, a apuração é uma bandeira dos trabalhadores. Se há corruptos e corruptores, que sejam punidos. Diferente disso é fazer campanha contra a empresa, que é um patrimônio do país. Seria muito ruim uma quebra da Petrobras por toda a cadeia produtiva que ria representa. São 13% do PIB nacional. Nos preocupa o emprego e o futuro do Brasil.

No fim da tarde, a confusão do lado de fora fechou completamente o trânsito da Rua Araújo Porto Alegre, onde fica a sede da ABI. Por volta das 18h20m, homens do Batalhão de Choque chegaram à via. Apesar do evento estar marcado para as 18h, muitos manifestantes pró e contra Dilma continuam do lado de fora do prédio. Os que protestam contra o governo batem panelas e pedem a saída da presidente. Um novo conflito aconteceu entre manifestantes depois que o Batalhão da Polícia de Grandes Eventos (BPGE) chegou. Controladores da CET-rio chegaram para liberar o transito na via.

A rua Araújo Porto Alegre foi fechada pela polícia no trecho entre as ruas Graça Aranha e México. Mesmo com a chegada do reforço policial, manifestantes continuaram a provocação. Os que são a favor do governo gritam palavras de ordem e os contra batem panelas.

Um manifestante do lado pró-governo jogou um ovo no lado dos que protestam contra Dilma, saiu correndo e os policiais foram atrás. Algumas pessoas pensaram se tratar de uma pedra e, com a correria dos policiais e manifestantes, o clima ficou tenso.

Vinte homens do BPGE estão enfileirados entres os manifestantes pró e contra o governo. Um dos organizadores, no carro de som, pedia calma. Mas, em seguida, puxava um grito de "olê, olê, olá, Lula, Lula".

Segundo a PM, há 500 manifestantes do lado de fora da ABI neste momento. Um telão em um carro transmitirá o discurso de Lula para quem ficou ao lado de fora. O auditório da ABI tem capacidade para 500 pessoas e muitos não conseguiram entrar.

Fonte: O Globo



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