Dilma ganhará menos que seis ministros

Deputados e senadores licenciados vão se tornar "superministros" e "supersecretários" de Estado ganhando salários de R$ 33,7 mil, mais do que o de seus chefes imediatos -a presidente Dilma Rousseff e o de governadores.

Só na Esplanada dos Ministérios são seis os titulares de pastas que receberão por mês R$ 2.800 a mais que Dilma.

No governo de São Paulo, três secretários terão um contracheque R$ 12 mil maior do que o do governador Geraldo Alckmin (PSDB). Em Minas, dois farão jus ao triplo da remuneração de seus colegas.

A regalia está prevista na Constituição. Congressistas que se licenciam para assumir cargos no Executivo podem optar por continuar recebendo o salário do Legislativo, apesar de as atribuições serem totalmente distintas.

Reeleitos em 2014, 12 deputados se afastaram neste mês para assumir um ministério ou secretarias. O número deve crescer em fevereiro, quando assume a nova legislatura.

Entre os beneficiados estão os ministros Pepe Vargas (Relações Institucionais), George Hilton (Esporte) e Edinho Araújo (Portos). O impacto no cofre da Casa será de R$ 405 mil por mês.

Três senadores -Kátia Abreu (Agricultura), Eduardo Braga (Minas e Energia) e Armando Monteiro (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior)- também se afastaram de suas funções para assumir ministérios.

Todos entraram com pedido para continuar recebendo o salário que será pago a deputados e senadores -R$ 33,7 mil a partir de fevereiro. O custo mensal para o Legislativo será de R$ 101,2 mil.

Em fevereiro entra em vigor o reajuste de 26% aprovado pelo Congresso em 2014 para congressistas. Dilma e ministros que não são parlamentares têm salário de R$ 30,9 mil.

Em SP, Alckmin recebe R$ 21,6 mil, R$ 12 mil a menos do que ganharão seus três "supersecretários", Arnaldo Jardim (Agricultura), Duarte Nogueira (Transportes) e Roberto de Lucena (Turismo). Os demais auxiliares do tucano têm contracheque de R$ 19,5 mil.

Em Minas, os assessores do governador petista Fernando Pimentel (Minas Gerais), Odair Cunha (Governo) e Miguel Corrêa Júnior (Ciência, Tecnologia e Ensino Superior) receberão salário que representa mais do que o triplo pago aos demais secretários.

Os congressistas que optaram pelo "supersalário" alegam que isso está previsto na Constituição. Armando Monteiro disse que seu vencimento não é "discrepante" em relação aos salários da presidente ou dos governadores. Eduardo Braga afirmou que, ao ser nomeado, não "renunciou" ao cargo de senador.

Pepe Vargas disse que sua opção consta da lei. Edinho Araújo afirmou ter "mandato conquistado nas urnas". Para Kátia Abreu, optar pelo salário de parlamentar é "prerrogativa legítima".

Os secretários Duarte Nogueira (SP), Roberto de Lucena (SP) e Miguel Corrêa Júnior (PE) afirmam não haver irregularidades. Os ministros George Hilton e os secretários Odair Cunha (MG) e Arnaldo Jardim (SP) não se manifestaram.

Fonte: Folha.com



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