Joaquim Barbosa diz que MPF não é 'órgão de assessoria' de Dilma

O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa usou o perfil no Twitter para afirmar nesta segunda-feira (22) que o Ministério Público Federal não é um "orgão de assessoria" da presidente Dilma Rousseff. Ele afirmou ainda haver "sinais claros" de que Dilma não tem auxiliares ‘minimamente lúcidos’ para ajudar na escolha dos ministros do segundo mandato.

A mensagem foi publicada no microblog após a presidente afirmar, em café da manhã com jornalistas, que irá consultar o Ministério Público Federal para checar se políticos cotados para assumir uma cadeira na Esplanada dos Ministérios foram citados aos procuradores da República em acordos de delações premiadas da Operação Lava Jato.

"Onde estão os áulicos tidos como candidatos a uma vaga no STF, que poderiam esclarecer: Ministério Público não é órgão de assessoria!!! ", publicou. "Há sinais claros de que a chefe de Estado brasileiro [Dilma] não dispõe de pessoas minimamente lúcidas para aconselhá-la em situações de crise", completou.

Na avaliação de Barbosa, há "degradação institucional" no fato de Dilma anunciar a consulta ao Ministério Público antes de nomear alguns ministros. O ex-presidente do STF usou uma expressão em francês para dizer que a intenção de Dilma é algo jamais visto.

Na última sexta-feira (19), o jornal “O Estado de S. Paulo” divulgou lista com os nomes de 28 políticos que supostamente teriam se beneficiado do esquema de corrupção que atuava na Petrobras. Eles foram citados pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa no processo de delação premiada.

Durante o café da manhã no Palácio do Planalto, Dilma explicou que consultará o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para saber se há algum político que ela pretende nomear como ministro citado na delação.

Entre os nomes mencionados por Paulo Roberto Costa, há políticos cotados para assumir cadeiras no primeiro escalão do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff. Consta da lista, por exemplo, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que nega participação no esquema de desvio de dinheiro.

“Eu consultarei o Ministério Público Federal porque qualquer pessoa que eu for indicar, eu devo consultar sobre o que temos quanto a ela. Eu não quero que ele [Rodrigo Janot] me diga tudo, eu quero que ele me diga ‘sim’ ou ‘não’. Os 28 nomes vêm de uma matéria [reportagem] que não é informação oficial”, disse a presidente.

Fonte: G1



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