Camilo conversa, mas não avança em nomes

Camilo Santana (PT), governador eleito do Ceará, conversou com praticamente todos os presidentes dos partidos coligados para a sua eleição, tentando aplacar a inquietação deles quanto aos cargos no Governo a se instalar em janeiro vindouro. Não adiantou muito, nem prometeu secretarias, o sonho de vários dos interlocutores, mas deixou um consolo ao anunciar a mudança de todo o segundo e terceiro escalões da administração estadual, quando as indicações políticas serão aproveitadas.

Só não passou pelo confessionário do governador, como os demais presidentes de partido, Danilo Serpa, representante do PROS, o principal partido de sustentação da eleição de Camilo, e de quem o governador eleito não tem se separado desde a campanha. Do mesmo modo tem sido seu companheiro inseparável, Mauro Filho. Danilo está dividindo a chefia de Gabinete do governador Cid Gomes, com as reuniões e andanças de Camilo, Brasil afora. O próximo governador utiliza, desde logo após sua vitória, em outubro passado, toda a estrutura do Governo.

Supõe-se, por ser natural, dado a proximidade e confiança entre ambos (Camilo e Danilo), estar o quinhão do PROS definido, embora tudo ainda esteja sob reserva, para evitar as especulações e ciumadas, embora seja um martírio para deputados e outros líderes do partido, totalmente desinformados sobre os propósitos do próximo ocupante do Palácio da Abolição. Situação idêntica aos aliados das demais outras agremiações.

A conversa de Camilo com o presidente do seu partido, o PT, De Assis Diniz, teve desdobramentos. De Assis fez um relato do encontro para cada um dos representantes das oito correntes do partido, tenham ou não votado em Camilo: a dele, liderada pelo deputado José Guimarães e as de Luizianne, do senador José Pimentel, dos deputados federais José Airton e Artur Bruno, as dos vereadores Acrísio Sena e Deodato Ramalho, e a do Ilário Marques.

Camilo pediu a todos os presidentes de agremiações partidárias aliadas, indicações de nomes relacionados às diversas áreas da administração estadual. Não falou em secretariado, mas o presidente do PSD, Almircy Pinto sugeriu, na ocasião, o nome do deputado Osmar Baquit para o primeiro escalão.

Assembleia
Há uma expectativa de ele anunciar os primeiros nomes dos auxiliares, em data mais próximo do fim deste mês. No momento, Camilo conversa com pessoas fora do ambiente político partidário, para conhecer suas expectativas sobre ações governamentais ligados a seus segmentos sociais.

Os deputados estaduais governistas, por conta da falta de informação confiável, têm posições diferentes quanto ao número de colegas com chances de chegarem ao secretariado. No centro das divergências estão os suplentes. O primeiro deles, Leonardo Pinheiro, por conta da volta de Ivo para a Educação municipal, é o mais tranquilo. Os três outros: Professor Teodoro, Fernando Hugo e Dedé Teixeira, têm sido alimentados de esperança por colegas, os mesmos que reconhecem dificuldades para o governador escolher três secretários da futura composição da Assembleia, tendo ainda por cima uma certa restrição de petistas ao deputado Fernando Hugo, por suas posições críticas ao governo da presidente Dilma e a vários outros petistas.

Contrato
O governador Cid Gomes quando voltou dos Estados Unidos, recentemente, disse a amigos ter assinado o contrato de trabalho com o Banco Interamericano de Desenvolvimento - BID, a partir de janeiro de 2015. Ao comunicar o fato, Cid reafirma o propósito de ficar um tempo fora do Brasil para, com o objetivo de ter uma visão globalizada do País, se aproveitando do acervo documental e as ações presenciais da Instituição em que vai trabalhar, sedimentando os conhecimentos e a versatilidade necessários às suas pretensões políticas.

Há quem diga que ele está torcendo para não ser convidado pela presidente Dilma Rousseff para ser ministro da República. Ele até gostará de indicar um ministro, mas não de sê-lo, neste momento, pelo fato de a empreitada, além de tolher o seu projeto de futuro, o submeter a um risco político de difícil mensuração, em face de dificuldades previstas para o segundo mandato da presidente, com força de comprometer, evidente, todos os integrantes da equipe.

EDISON SILVA
EDITOR DE POLÍTICA

Fonte: Diário do Nordeste



Nenhum comentário:

Postar um comentário

AddThis