Mulher de militar em coma cita versão diferente de laudo

Mulher de subtenente (à esquerda) deixou a delegacia em
veículo da prefeitura (Foto: TV Verdes Mares/Reprodução)
A mulher do subtenente do Exército Francilewdo Bezerra Severino, Cristiane Renata Coelho, de 41 anos, concluiu na tarde desta quarta-feira (19) o depoimento à Polícia Civil. Segundo o delegado Wilder Brito, titular do 16º Distrito Policial. O depoimento da mãe da criança envenenada contradiz com o laudo divulgado nesta quarta, que aponta envenenamento por "chumbinho", como é conhecido o veneno para ratos; no depoimento, ela havia citado uso excessivo de remédios. A mulher não quis falar com a imprensa e deixou a delegacia em um veículo da Prefeitura de Fortaleza após cinco horas de depoimento.

O depoimento de testemunhas será encaminhado nesta quinta-feira à Justiça, mas o delegado Wilder Brito aguarda retorno dos documentos para dar continuidade às investigações.

A mulher foi chamada a prestar novo depoimento para esclarecer as circunstâncias da morte do filho Lewdo Ricardo Coelho Severino, de 9 anos. Ela estava no Recife deste a semana passada quando acompanhou o velório e o sepultamento do filho.

Ela está na sala com a advogada, o delegado titular do 16º DP, Wilder Brito Sobreira, e o diretor do Departamento de Polícia Metropolitana (DPM), Jairo Façanha Pequeno.

Esse é o segundo depoimento prestado pela esposa do militar. O primeiro aconteceu ainda na casa do casal na noite do crime quando ela contou para a polícia que foi agredida e forçada a tomar remédios de tarja preta. Em seguida, conforme ela, o seu filho também foi forçado a tomar os comprimidos.

O delegado informou para imprensa que pretende terminar o inquérito ainda nesta quarta-feira e encaminhar na quinta-feira o resultado para a Justiça.

Envenenamento por 'chumbinhos'
A causa da morte do menino foi a ingestão de um veneno para ratos, popularmente conhecido como "chumbinho'', de acordo com o resultado do laudo toxicológico informado pelo delegado. A conclusão do laudo saiu na terça-feira (18). Ainda de acordo com o delegado, o subtenente também tomou o mesmo veneno. O militar segue internado em estado grave no Hospital Geral do Exército, em Fortaleza.

Contradição no depoimento
Na última sexta-feira (14), Wilder Brito Sobreira informou ao G1 que pretendia tomar novo depoimento da mulher do subtenente porque constatou contradições. “Há coisa no cenário do crime que não condizem com depoimento. Se você tem dois filhos por que matar somente um? Você tentou contra sua vida e deixou a vida de sua companheira? E deixou viva à disposição de um pseudo relacionamento? Que homem é esse tão altruísta ao ponto  de se matar para deixar mulher livre? Para entregar para outro homem?”, disse.

O caso
O subtenente Francilewdo Bezerra é suspeito de matar o filho de nove anos e tentar assassinar a mulher com tranquilizantes na madrugada da terça-feira (11). O casal vivia junto há treze anos. Em depoimento na delegacia, a mulher do subtenente disse que foi agredida e depois obrigada a tomar comprimidos tarja preta com vinho. Depois o subtenente obrigou o filho a tomar os remédios. No depoimento, ela disse que desconhece as razões que levaram o marido a cometer o crime.

Mensagem em rede social
No perfil do militar no Facebook, foi deixada no dia do crime uma mensagem, apagada posteriormente, que dizia: "Té vendo essa mulher linda me pediu o divórcio. (...) Temos 2 filhos especiais vou levar um comigo obriguei ela a beber vinho com seus tranquilizantes p dormir e n vê o q vou fazer (sic)", disse. Em seguida, o subtenente pede perdão por matar o próprio filho. "Me perdoem família mas a carga ta grande demas e n aguento mais sfrer calado vendo essa mulher se anular a 10 ans (sic)".

Fonte: G1 CE



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