Juazeiro do Norte (CE): Manifestação de taxistas e mototaxistas termina em confronto

Cerca de 2 mil pessoas participaram, na manhã de ontem, de uma manifestação organizada por entidades representativas de taxistas e mototaxistas de Juazeiro do Norte. Os manifestantes se concentraram na Praça da Prefeitura, onde houve tumulto e enfrentamento com integrantes da Guarda Municipal. Os vidros da porta de entrada da Prefeitura foram quebrados, deixando o piso de acesso repleto de estilhaços. Não houve feridos. O movimento feito pelos profissionais aconteceu como forma de retaliação ao aumento da alíquota de Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) e da taxa do alvará de licença dos profissionais.

Até o ano passado, o valor do imposto cobrado, somado ao alvará, era de R$ 158. Com o reajuste determinado pela Prefeitura, haverá um aumento de 368%. O índice é visto como abusivo pelas categorias responsáveis pelo transporte de passageiros na cidade.

Como não há distinção de valores a serem pagos pelas duas categorias no Código Tributário de Juazeiro do Norte, o percentual de aumento atinge a todos os profissionais do setor.

Após a concentração em frente à Prefeitura, os manifestantes fizeram um buzinaço pelas principais ruas do Centro da cidade. O presidente da Associação dos Mototaxistas de Juazeiro do Norte, Cícero Bruno da Silva, afirmou que a categoria recebe o novo índice como um abuso praticado pela gestão do Município. O representante disse, ainda, que os profissionais não terão como arcar com o pagamento das obrigações. "Esses dois impostos atingem o valor de R$ 430. A categoria não tem como pagar esse valor. É um absurdo. Nós já iniciamos o ano pagando vários outros impostos. Não tem condições de ninguém pagar esse valor aqui em Juazeiro", defendeu o profissional.

O taxista Joaquim Calixto, que exerce a profissão há mais de 30 anos, se diz revoltado com aplicação dos novos índices de cobrança. "Trabalho há 35 anos como taxista e nunca em minha vida tinha visto um abuso de um prefeito cobrar uma taxa tão cara e um aumento tão grande. Se cobrassem o preço pelo índice da inflação de hoje não havia problema. Mas um aumento desse tamanho eu acho que ninguém aguenta", ressaltou.

Jansem Arrais, um dos organizadores do movimento, disse que a mobilização teve como finalidade melhorias para as categorias. "Nós esperamos que a Prefeitura nos chame para o diálogo. O que nós queremos é chegar a um denominador comum", informou.

A reportagem tentou ouvir o procurador geral do Município, João Victor Alencar, mas os telefones, estavam desligados.

ROBERTO CRISPIM
COLABORADOR

Fonte: Diário do Nordeste



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