Juazeiro do Norte (CE): Mais de dez mil passaram pela exposição do Geopark Araripe

Mais de 10 mil pessoas já passaram pela exposição sobre o Geopark Araripe, desde o último dia 22 de setembro, no Cariri Garden Shopping, e que hoje será encerrada para o público. A história dos geossítios está sendo contada, de forma pedagógica, para que as pessoas tenham a oportunidade de aprofundar os seus conhecimentos sobre a temática. O projeto, que passará por sua segunda avaliação, a partir de agosto do próximo ano, atua no contexto do desenvolvimento sustentável, nas áreas de geoturismo, geoeducação e a geoconservação das áreas que inserem o projeto.

Maquetes dos principais espaços relacionados aos geossítios são expostas, no intuito de facilitar a compreensão do público a respeito das áreas que incorporam os geossítios, em seis municípios do Cariri. Os bolsistas que desenvolvem atividades em torno do projeto são os principais responsáveis na exposição, pela apresentação do geoparque. São 22 alunos que se revezam para demonstrar de forma didática e até lúdica ao público a importância de cada um dos geossítios, que traz aspectos geológicos, antropológicos, paleontológicos, culturais e sociais das localidades, além da riqueza da biodiversidade das áreas.

Segundo o coordenador do grupo, Ypsilon Félix, a exposição estará no shopping novamente no próximo ano. A partir de novembro o empreendimento passará a ser um parceiro do projeto, por meio de convênio com a Universidade Regional do Cariri (Urca). A proposta do Geopark é também realizar uma atuação conjunta com instituições da iniciativa privada, que incorporem a proposta do desenvolvimento sustentável e o caráter de regionalidade.

O Geopark Araripe é o único nas américas e possui o reconhecimento da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), por meio da Rede Global de Geoparks. Uma avaliação interna já está sendo realizada, com levantamentos das principais ações que estão sendo desenvolvidas e os avanços nas diversas áreas de atuação.

Segundo o professor Patrício Melo, vice-reitor da Urca e integrante da equipe de coordenação do projeto, haverá essa avaliação interna, que também será analisada pelos integrantes da rede. Eles virão ao Cariri para acompanhar todas as ações, e, para ter o selo renovado, o Geopark terá que atender aos critérios estabelecidos pela rede.

Conforme o professor, exposições como a que acontece no shopping, que leva o conhecimento da área ao público, por meio da educação e divulgação, fazem parte desse contexto de análise. Mas destaca que os geossítios passarão por reforma de infraestrutura nos próximos meses, iniciando por Missão Velha; Santana do Cariri, na área do Pontal; e o Riacho do meio, em Barbalha. A meta é investir cerca de R$ 7 milhões na melhoria dos nove geossítios, em seis municípios, incluindo ainda Crato, Nova Olinda e Juazeiro do Norte.

Os espaços incorporam as principais áreas de visitação, o Geossítio Colina do Horto, onde está o monumento do Padre Cícero; a Fundação Casa Grande, em Nova Olinda; e o Pontal de Santa Cruz, além do Museu de Paleontologia, em Santana; onde também está localizado o Parque dos Pterossauros.

A história da riqueza geológica, cultural, social e paleontológica da área que abrange a Chapada do Araripe pode ser vista nos banners expostos no espaço de exposição. Também estão sendo realizadas oficinas de bonecos e réplicas de fósseis, todos os dias a partir das 14 horas, no espaço superior da sala de exposição, para pessoas de todas as idades.

Essa foi a primeira vez que o Geopark Araripe adentrou o universo de um shopping, para contar especificamente a história de todos os seus geossítios, com características diversificadas, mas que incorporam grande riqueza da região. As réplicas de dinossauros, pterossauros e outros animais pré-históricos, que viveram na região há mais de 110 milhões de anos, podem ser vistas bem de perto pelos visitantes, no espaço ao lado das lojas Marisa.

O diretor do Geopark Araripe, Professor Idalécio Freitas, ressalta a parceria com o shopping, no intuito de difundir a riqueza histórica da região, incluindo um plano de trabalho que vem sendo executado, além de espaço permanente que será desenvolvido como forma de levar ao público o conhecimento do Geopark. A parceria será formalizada em novembro durante o aniversário do empreendimento, com entrega de uma placa comemorativa, além de um projeto de sinalização de áreas como estacionamento, com motivos que lembram a Chapada do Araripe, na área dos geossítios.

Os nove geossítios ficam em seis cidades
O Projeto do Geopark Araripe é o único no Brasil e nas américas e destaca as riquezas geológicas, do geoturismo, geoeducação e geoconservação da área que contempla seis cidades da Região do Cariri, com nove geossítios. Ele é desenvolvido por meio da Universidade Regional do Cariri (Urca), com a chancela da Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura (Unesco), que a cada quatro anos, faz uma avaliação para a renovação do selo, com avaliadores da Rede Global de Geoparks. Tem sede em Crato e, no próximo ano, passará pela sua segunda avaliação. Um projeto para promover a infraestrutura dos espaços destinados à visitação, com salas para aulas e oficinas, será desenvolvido nos próximos meses, no intuito de possibilitar melhorias dos geossítios, começando pelo Riacho do Meio, em Barbalha, a área da Cachoeira de Missão Velha, com acesso melhorado, e o Pontal da Santa Cruz, que se encontra há mais de um ano, com a cruz, principal atrativo, danificada.

Mais informações
Geopark Araripe/Urca
Carolino Sucupira, S/N
Bairro: Pimenta
Telefone: (88) 3102.1237

ELIZÂNGELA SANTOS
REPÓRTER

Fonte: Diário do Nordeste



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