F-1: Hamilton vence nos EUA e dá passo importante ao título. Massa perde pódio para Ricciardo

Os 120 mil espectadores que superlotaram o fabuloso Circuito das Américas acompanharam de perto e foram ao delírio neste domingo (2) com a manobra que pode ter selado o título de 2014. Se o circuito para muitos lembra o de Suzuka, a ultrapassagem de Lewis Hamilton sobre Nico Rosberg lembrou a daquela corrida sob chuva: no meio da prova, cirúrgica, determinante e psicológica. Novamente sem reação, o alemão só comboiou o inglês e agora vê a distância no campeonato subir para enormes e pomposos 25 pontos.

OK, faltam duas provas e a última tem pontuação dobrada, mas Rosberg já não depende mais de si. Teria de vencer ambas e torcer para que uma hecatombe tire Hamilton do segundo lugar em pelo menos uma delas. Com o carro que a Mercedes tem, sabe quando?...

O terceiro lugar até prometia uma briguinha caseira entre as Williams. A princípio, foi mais fácil do que o esperado: Felipe Massa conseguiu largar melhor que Valtteri Bottas, sustentou um único ataque do companheiro feito ainda na primeira volta e vinha para conquistar seu segundo pódio no ano. Mas não constava com a astúcia da Red Bull e o ímpeto do Texas-style Daniel Ricciardo: o australiano largou mal, mas foi recuperando em pista uma a uma as posições até chegar em quarto. Na segunda parada, a Williams capengou na estratégia. Melhor para Ricciardo.

Confira como foi o GP dos EUA da F1
Sem boicote, mas com melancolicamente 17 carros no grid — Sebastian Vettel alinhou no pit-lane por conta da troca do sexto motor —, a F1 saiu para o 17º GP da temporada 2014 neste domingo (2). Com exceção de Nico Hülkenberg, Daniil Kvyat e Vettel, que optaram pelos pneus médios, o restante escolheu os macios para o início da corrida norte-americana.

E o pole Nico Rosberg não deu chances, contornando a primeira curva texana sem sustos depois do subidão da reta principal. Lewis Hamilton também fez o seu com tranquilidade e se colocou em segundo.

Um pouco mais atrás, Felipe Massa saltou bem do quarto lugar e tomou o terceiro posto do colega de Williams logo de cara. Valtteri Bottas, então, caiu para quarto, sendo perseguido de perto por Fernando Alonso. Mas o finlandês conseguiu segurar o ímpeto do espanhol ferrarista.

Kevin Magnussen foi outro também que veio bem e foi logo superando Daniel Ricciardo. Kimi Räikkönen se posicionou junto aos dois, mas acabou atrás de ambos, seguido por Adrian Sutil e Sergio Pérez.

Ainda na primeira volta, aconteceu o incidente que provocou a entrada do safety-car. Na disputa pela nona colocação, Pérez errou a freada na curva 12 e bateu na traseira da Ferrari de Räikkönen, a colisão ainda sobrou (e muito) para Sutil, que acabou fora da pista. Os detritos e a necessidade de se retirar a Sauber do traçado forçaram o acionamento do carro de segurança.

Claro que o incidente entre Pérez e Sutil foi parar na mesa dos comissários. Ainda que os dois tenham ficado fora da prova.

Enquanto isso, muita gente aproveitou para visitar os boxes, entre eles Hülkenberg, Vettel, Button, Esteban Gutiérrez e Magnussen. A Ferrari ensaiou uma parada, mas seus dois pilotos permaneceram na pista.

A corrida ficou sob o comando do safety-car até o fim da volta quatro. Na relargada, Rosberg manteve a ponta, seguido de perto por Hamilton. Bottas, por sua vez, tentou superar Massa por fora na curva 1, mas o brasileiro se defendeu e permaneceu em terceiro. Já Ricciardo foi mais eficiente e tomou o quarto posto de Alonso. Räikkönen, Pastor Maldonado, Jean-Éric Vergne e Romain Grosjean completavam o novo top-10.

Da sala dos comissários da FIA, os avisos falavam em investigações com relação a Button, Vergne, Maldonado e Gutiérrez por excesso de velocidade atrás do veículo de segurança. Após as verificações, apenas o inglês da McLaren se safou. O mexicano, o venezuelano e o francês tomaram um stop & go de cinco segundos.

Sem nada que ver com isso, as Mercedes foram escapando na ponta, abrindo quase 5s perto da volta 15, quando se iniciaram as primeiras paradas de boxes entre os ponteiros. E Massa e Ricciardo foram logo aos pits. Enquanto o brasileiro optou pelos compostos macios novamente, o australiano saiu de médios.

No giro seguinte, foi a vez de Rosberg e Bottas. A equipe alemã foi rápida e escolheu os pneus médios para o alemão. Já a Williams obedeceu a estratégia feita com Massa, e Bottas saiu de macios. Hamilton veio na passagem seguinte e também saiu com os compostos de risca branca. Os pits também viram as trocas de Alonso, Räikkönen, Magnussen e Gutiérrez — estes dois últimos ficaram na mira dos comissários por saídas em segurança do pit-stop.

Na pista, então, a ordem era: Rosberg (+1s4), Hamilton, Massa, Ricciardo, Bottas, Kvyat, Magnussen, Button, Alonso, Vettel, Räikkönen, Grosjean, Vergne, Maldonado e Gutiérrez, Hülkenberg se viu fora na prova por problemas com a Force India.

Aí que, a partir da volta 20, a corrida enfim esquentou entre os dois ponteiros. Em segundo, Hamilton começou a imprimir um ritmo muito forte, andando cerca de 0s3 mais rápido que Rosberg. Não demorou nada, e o inglês surgiu na cola do rival e partiu logo para o ataque, conseguindo a ultrapassagem na curva 12.

Com a ajuda da asa móvel, Hamilton tirou do lado e levou a disputa até o limite, completando a manobra de forma limpa, mas dura. Nico caiu para segundo, portanto. Tudo isso na 24ª passagem.

Um pouco antes, na mesma volta, Alonso superou Button, depois de travar uma linda batalha com o inglês. O espanhol, então, voltou suas atenções para Magnussen e o seu sexto posto. Endiabrado, o bicampeão bateu o dinamarquês sem grandes dramas.

Mais atrás, Vettel se via em um dia daqueles. Depois de largar do pit e amargar as últimas posições, Seb foi aos boxes de novo, buscar os pneus médios. Magnussen também foi aos pits na sequência, na volta 28. Button veio também, mas uma volta depois.

Na pista, Hamilton já tinha 1s7 de vantagem para Rosberg. Ambos vinham ainda com seis segundos de dianteira para Massa. Ricciardo era o quarto, com Bottas em quinto. Alonso vinha na sequência, à frente de um bravo Grosjean, que sustentava uma importante sétima posição. Vergne era oitavo. Maldonado e Räikkönen completavam os dez.

Na 31, Bottas foi as boxes e saiu finalmente com os médios. Um giro depois foi a vez de Ricciardo, que também saiu com a borracha de cor branco. Massa veio na 33, junto com Hamilton, que ainda liderava. Rosberg foi na volta 34.

O brasileiro acabou perdendo o terceiro lugar para Ricciardo. O mesmo, entretanto, não aconteceu com Lewis, que voltou à ponta com 4s4 de vantagem para o colega de Mercedes. Massa, por sua vez, vinha a pouco mais de 1s atrás do australiano da Red Bull.

Aí em uma inversão interessante, a partir da volta 36, Rosberg passou a andar mais rápido que Hamilton. O alemão passou a virar entre 0s4 e 0s5 mais veloz que o britânico, reduzindo a diferença para 2s7.

No giro 40, a ordem da corrida era: Hamilton, Rosberg, Ricciardo, Massa, Bottas, Alonso, Räikkönen, Kvyat, Magnussen, Vettel, Grosjean, Button, Vergne, Maldonado e Gutiérrez. Destes, apenas Alonso, Räikkönen e Kvyat seguiam sem uma segunda parada. Já Maldonado tomou 5s de punição por excesso de velocidade no pit.

Alheio a tudo, inclusive, a perigosa aproximação de Rosberg, Hamilton já cravava a volta mais rápida da prova, em 1min42s127. A diferença para Nico estava em 2s8.

Enquanto o top-5 já parecia estabelecido, a prova acompanhou algumas batalhas interessantes, como a disputa entre Grosjean e Vergne — os dois ainda se encontrariam na parte final da corrida em uma disputa mais extrema, que resultou em um toque, que foi para a investigação dos comissários. Alonso e Vettel também se encontraram uma briga pouco antes, logo depois do espanhol parar. Mas, apesar da ultrapassagem do espanhol, Seb precisou deixar a disputa.

No fim, Hamilton garantiu mais uma vitória na temporada, abrindo para 24 pontos a diferença para Rosberg. Ricciardo assegurou o pódio, apesar da aproximação de Massa, que terminou em quarto à frente de Botttas.

A F1 volta já na próxima semana, com  GP do Brasil, em Interlagos.

Fonte: Grande Prêmio



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