Escolas Estaduais de Educação Profissional se destacam pela excelência

Com a perspectiva de oportunizar conhecimentos que garantam a participação de milhares de jovens no competitivo mercado de trabalho, as Escolas Estaduais de Educação Profissional (EEEP), se concretizam no Ceará como um verdadeiro "sonho de consumo" de estudantes que optam pelo ensino técnico como caminho mais curto para a vivência de novas experiências profissionais sem que, no entanto, haja perda da qualidade da educação e do aprendizado. Em todo o Estado, o número de estabelecimentos educacionais que oferecem este tipo de educação já soma 107 unidades. O equipamento mais recente foi inaugurado na última quinta-feira (13), no município de Maranguape, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).

Dados da Secretaria da Educação Básica do Estado (Seduc) mostram que, em 2013, cerca de 25% dos alunos da rede de escolas profissionais obtiveram inserção no mercado de trabalho. Desse contingente, 69% trabalha em área afim à formação profissional. A média salarial no ano foi de R$ 636. Os cinco cursos que mais oferecem empregabilidade são: Edificações, Enfermagem, Contabilidade, Meio Ambiente e Moda/Vestuário.

O currículo escolar é amplo e diversificado, contando com 17 disciplinas. Dividida em matérias que são apresentadas igualmente para alunos do ensino médio e técnicas, que variam de acordo com cada curso profissional escolhido, a grade disciplinar possui, ainda, matérias específicas como capacitação cidadã, preparação para o trabalho, e empreendedorismo e aprendizagem cooperativa. Ao todo, são 51 cursos técnicos ofertados em regime integral, sendo desde curso de libras, agropecuária, agroindústria até química e eletrônica.

Formação acadêmica
Conforme professores que atuam nestas escolas, o perfil do aluno que prefere o ensino técnico é aquele que pretende continuar seus estudos em nível superior, porém, já trabalhando na área de atuação formativa do seu respectivo curso técnico. O jovem, portanto, pretende conciliar teoria e prática, trabalho e formação acadêmica, numa perspectiva holística de vida.

Na região do Cariri, um dos exemplos da qualidade do ensino difundido por estas unidades encontra-se no município de Aurora, onde funciona a EEEP Leopoldina Quezado. A unidade possui 461 alunos, em 12 turmas com funcionamento em tempo integral. O funcionamento é de 7h ás 17h. A escola oferta quatro cursos técnicos de nível médio, como os de Agrimensura, Eletrotécnica, Desenho da Construção Civil e Administração.

A duração dos cursos é de três anos, onde o aluno sai com o certificado de ensino médio e curso profissionalizante. Este certificado garante o direito do aluno prosseguir seus estudos acadêmicos em nível superior e de adentrar no mercado de trabalho na formação do seu curso técnico.

A unidade desenvolve inúmeros projetos, muitos deles já premiados, inclusive, a exemplo do Projeto Rio Salgado corrente de água doce, elaborado pelos alunos André de Luna e Beatriz Araújo, do 3° ano do curso de Desenho da Construção Civil e do 3° ano do curso técnico de Administração, respectivamente, que alcançou o 1º lugar no eixo científico da III mostra de educação ambiental da Crede 20, em Brejo Santo.

Eficácia
O diretor da Escola Leopoldina Quezado, professor Isnard Gonçalves, avalia que o modelo educacional proposto nas EEEPs comprova a eficácia pedagógica desenvolvida nas unidades. "Essa comprovação se verifica com muita facilidade através das avaliações internas e externas. Na avaliação interna, observamos que os melhores resultados do Spaece, uma avaliação interna em português e matemática promovida pela Secretaria de Educação do Estado para avaliar as escolas estaduais, tanto a regular como a profissional, são das EEEP's, em sua grande maioria.

Na avaliação externa do Enem, por exemplo, também as escolas profissionais são as que se destacam em aprovação de alunos para as universidades e faculdades. No ano passado, das 20 melhores escolas públicas do Ceará, 14 escolas profissionais se sobressaíram", observou.

Unidades têm laboratórios equipados
Na cidade de Iguatu, na região Centro Sul, há duas escolas profissionais. A primeira unidade foi implantada em 2008, no início do projeto de propagação dos equipamentos educacionais, a partir da adaptação de um prédio antigo. A segunda EEEP foi posta em funcionamento há cerca de dois meses, em amplo e moderno prédio.

Ambas as unidades possuem laboratórios totalmente equipados. "Não há prova de seleção e os alunos são definidos segundo critérios com base em notas e desempenho escolar", observou o diretor da unidade, João Paulo Lopes. Após seis anos, a demanda na EEEP Amélia Figueiredo de Lavor foi menor do que a oferta de vagas. "Estamos avaliando o que ocorreu".

Durante o período em que permanecem na unidade, até às 17 horas, os alunos recebem três refeições, lanches pela manhã e à tarde e almoço. "A escola é excelente, amplia os conhecimentos, faz a preparação do aluno para a vida profissional e enquanto cidadão, também", diz a aluna do 3° ano do curso de Administração, Mayara Ramos. "O ensino é puxado, exige dedicação". A estudante revelou que pretende dar continuidade aos estudos, ingressando em uma Faculdade de Administração.

O aluno David Martins, do 3° ano do curso de Informática, também afirma que cursará o ensino superior na área. "A escola me deu uma boa formação e pretendo ser engenheiro", revela. Na região do Jaguaribe, o modelo educacional também é visto como oportunidade de ingresso no mercado de trabalho. Os cursos, escolhidos diante da demanda dos municípios, atraem os estudantes.

Em Russas, um dos setores que mais se destaca é o comércio, responsável por empregar cerca de 60% da população ativa. Por conta dessa realidade, o curso em Comércio é uma das formações mais procuradas.

O estudante Carlos Emanuel, 15 anos, que pleiteia uma vaga na unidade existente no município a partir do próximo ano, quando cursará o primeiro ano do ensino médio, pretende sair do ensino médio com um diploma técnico. "Estou buscando não só a formação técnica, mas, também, o ensino de lá, que é mais puxado e pode me ajudar a cursar uma faculdade, caso não consiga emprego", avalia.

Em Crateús, no Sertão dos Inhamúns, famílias que possuem filhos matriculados em escolas profissionalizantes afirmam ser notória a diferença em relação ao modelo de aprendizagem. "Vejo a diferença entre mim e minha irmã. É muito grande. Estudei em escolas públicas mas não profissionais. Percebo que os conteúdos são mais avançados, a carga horária deles também é maior. Tem que se empenhar muito mais para aprender as disciplinas. Sem contar que já saem técnicos, prontos para o mercado de trabalho", observou a manicure Natália Rodrigues, irmã de uma aluna da EEEP Manoel Mano, que funciona no município.

Em Sobral, na zona Norte do Estado, alunos da EEEP Lysia Pimentel Gomes Sampaio Sales, em funcionamento desde maio de 2012, também comemoram a excelência no aprendizado desenvolvido na unidade que atende 478 alunos divididos em 12 turmas de 1° ao 3° ano dos cursos técnicos ministrados, com exceção do curso em Regência, iniciado neste ano.

Além deste, o equipamento também oferece o ensino técnico nas áreas de Logística, Fabricação Mecânica, Paisagismo, e Manutenção Automotiva.

Mais informações
Secretaria de Educação (Seduc)
Av. Gen. Afonso Albuquerque Lima, s/n - Cambeba
Fortaleza-CE

ROBERTO CRISPIM
COLABORADOR

Fonte: Diário do Nordeste



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