Membros da comunidade de pelo menos dez países de Língua Portuguesa, ligados à Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação e a Mitigação dos Efeitos da Seca- UNCCD, (sigla em inglês), participam, a partir de hoje, do Seminário Internacional "Convivência com o Semiárido: desafios e possibilidades no âmbito das ações para o combate à desertificação", neste município.
O evento, que se estenderá até a próxima sexta-feira (21), é fruto de programação desenvolvida pelo Ministério do Meio Ambiente e Universidade Federal do Cariri (UFCA). O seminário integra a programação do I Encontro de Intercâmbio Técnico dos Países de Língua Portuguesa no âmbito das Nações Unidas para o combate à desertificação, com atividades que ocorrem desde o domingo passado (16) e que seguem até o dia 27 deste mês nos estados do Ceará, Pernambuco Alagoas e Paraíba.
Ontem, delegações de países da América do Sul e da África desembarcaram em Juazeiro do Norte para participar do evento. Estudiosos da Namíbia, Timor Leste e Guine Equatorial compõe o grupo de técnicos e estudiosos. Representantes da Agência Alemã de Cooperação e Desenvolvimento, do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), Instituto Nacional do Semiárido (Insa), e da Rede Espanhola de Cooperação Internacional, dentre outros órgãos e entidades, também estarão inseridos nas discussões.
No Cariri, a programação será aberta às 20 horas de hoje com a realização de palestra magna sobre o papel da universidade na construção de culturas, proferida pelo vice-reitor da UFCA, Ricardo Ness, no campus de Juazeiro do Norte. Na quarta-feira, 20, as palestras acontecerão no campus da UFCA em Barbalha, onde a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO Brasil), institutos e agências dos países de Língua Portuguesa debaterão sobre cooperações técnicas. No último dia (21), as universidades brasileiras protagonizam a programação, quando discutirão sobre o alcance das instituições no ensino e na pesquisa para convivência com o semiárido.
Resultados positivos
O vice-reitor da Universidade Federal do Cariri, professor Ricardo Ness, avalia que a inserção da região nordestina, principalmente o Cariri cearense, nas discussões em torno da desertificação poderá gerar resultados positivos aos países que participarão do Seminário e que, historicamente, sofrem com o problema. "O Ceará é um estado que fez o seu dever de casa, sendo citado, inclusive, como exemplo no que diz respeito ao combate à desertificação. A Funceme, que é um órgão estadual, tem realizado muito bem o trabalho de mapeamento das zonas em estado de maior preocupação, como é o caso de Jaguaribe e Irauçuba".
Tecnologias sociais
Ricardo Nesse lembra também que "existem muitas ONGs que atuam com projetos para implantação de cisternas de placas e outras tecnologias sociais quer permitem uma convivência com o Semiárido e que ampliam o combate à desertificação", ressaltando que muitas das experiências exitosas aplicadas em municípios do Cariri serão visitadas nos próximos dias por participantes do Seminário.
"O único município em todo o Brasil que possui um plano municipal de desertificação é Irauçuba. Aqui na região muitos possuem ações exitosas de convivência com o Semiárido. Visitas estão programadas a esses locais para que os componentes das delegações estrangeiras, sobretudo a delegação africana, possam conhecer de perto essas experiências", explicou.
ROBERTO CRISPIM
COLABORADOR
Fonte: Diário do Nordeste
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