Suspeito de ter Ebola não teve contato com doentes na Guiné, diz ministro

O ministro da Saúde, Arthur Chioro, afirmou no início da noite desta sexta-feira (10) que o africano transferido do Paraná para o Rio de Janeiro por suspeita de estar com ebola não teve contato com pacientes da doença em Guiné, país de origem dele. O paciente tem quadro estável e não apresenta febre, de acordo com o boletim médico divulgado pela Fiocruz.

"Ele confirma que na Guiné não teve contato com casos, nem com óbitos, e que quando ele desceu no aeroporto ele foi entrevistado pelas autoridades sanitárias, ele não tinha nenhuma queixa", explicou.

O secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, disse que ninguém mais no Brasil precisou ficar em isolamento por causa da suspeita de ebola do paciente de Guiné. "Nem mesmo os três profissionais que tiveram contato com ele, porque não tiveram contato com secreções", disse.

O resultado do exame que vai indicar se ele deve sair na manhã deste sábado (11) e que o paciente vai realizar um novo teste, conforme orienta o protocolo internacional.

Nascido em Guiné, um dos países afetados pela epidemia da doença, Souleymane Bah, de 47 anos, chegou ao Brasil no dia 19 de setembro. Ele procurou uma UPA em Cascavel (PR) nesta quinta-feira (9), após apresentar sintomas de febre, que teriam iniciado na quarta-feira (8).

O guineano foi levado para o Rio de Janeiro em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) e encaminhado ao Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, ligado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), referência em doenças infecciosas.

Segundo Chioro, dois infectologistas foram encaminhados para Cascavel no início da noite. A equipe foi reforçada nesta sexta com mais três profissionais. "Temos cinco epidemiologistas coordenando o trabalho de campo. É um número importante de pessoas que são contactantes", explicou.

Enquanto isso, as 64 pessoas que tiveram contato com o homem estarão sendo monitoradas pelo Ministério da Saúde.

Ajuda
Chioro anunciou que o governo brasileiro vai doar mais dez kits médicos para combate à doença para Guiné, Libéria e Serra Leoa, que sofrem com surto do ebola. De acordo com Chioro, cada kit tem potencial para atender 500 pessoas durante três meses e possui 48 itens, sendo 30 medicamentos.

Os três países vão receber também do governo brasileiro 6,4 mil toneladas de arroz beneficiado e 4,6 mil toneladas de feijão. O governo vai gastar R$ 13,4 milhões com as doações.

Bah chegou ao Brasil na condição de refugiado e, de acordo com o documento expedido pela Coordenação Geral de Polícia de Imigração, pode permanecer no país até 22 de setembro de 2015.

Pela manhã, o ministro disse que uma notificação sobre a suspeita de que o africano no Brasil esteja com ebola foi expedida à Organização Mundial da Saúde (OMS) na madrugada desta sexta.

Telefonemas
O ministro disse que a população tem buscado indformações sobre a doença. Ele afirmou que 64% das ligações recebidas pela pasta até as 15h desta sexta-feira tinham ebola como tema. Foram, ao todo, 899 chamadas. "Isso mostra a preocupação das pessoas", afirmou.

O assunto também ficou entre os mais citados nas redes sociais depois que o Brasil registrou seu primeiro caso suspeito da doença.

Fonte: G1



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