Sua saúde: AVC é a principal causa de mortes no CE

Uma tontura e uma dormência súbita no corpo que levaram o vendedor Lindson Diego Gomes ir as pressas para o hospital. Um desmaio que fez a aposentada, Clícia Abreu Barros, perder o sentido no trabalho e ser encaminhada, imediatamente, para uma unidade de saúde. Ambos sofreram Acidente Vascular Cerebral (AVC) que, por ano, afeta 16 mil pessoas no Ceará. Felizmente, os dois sobreviveram. Entretanto, o AVC ainda é a primeira causa de morte no Estado. Entre 2009 e 2013, foram 22.074 óbitos em decorrência de "derrames" do tipo.

Das mortes registradas devido AVC's, neste período, 50,2% foram de mulheres. Em 2013, o número de óbitos foi 9% inferior ao de 2012. Foram 4.111 mortes no passado e 4.519 no ano anterior. A estimativa do Comitê de Atenção ao AVC da Secretaria de Saúde do Estado (Sesa) é de que em Fortaleza surgem 5.000 novos casos a cada ano.

Conforme o chefe do Serviço de Neurologia do Hospital Geral de Fortaleza (HGF) e presidente do Comitê, Dr. João José Carvalho, de cada 100 AVC´s no Ceará, 80% são isquêmicos - quando uma artéria cerebral é entupida por um coágulo - e 20% hemorrágicos - quando há o rompimento de uma artéria cerebral gerando sangramento.

Dos AVC's isquêmicos, 3%, conforme o médico, são chamados Ataques Isquêmicos Transitórios, com déficits neurológicos passageiros, cuja duração é de poucos minutos ou horas. Outros 77% são AVC's isquêmicos propriamente ditos, com déficits neurológicos secundários e a obstrução do fluxo sanguíneo na artéria cerebral persiste por mais de 24 horas. "Por sua elevada incidência, além da incapacitação que gera, o AVC é um dos maiores problemas de saúde pública", reforça.

O médico informou também que um estudo realizado pelo Comitê de Atenção à Doença Cerebrovascular da Sesa, cerca de 37% dos AVC's que acometem os cearenses são recorrentes. Este número, conforme João José, é maior do que o encontrado em outros países - cujo a média é de 25% - e "reflete o controle inadequado dos chamados fatores de risco como hipertensão arterial, fumo e sedentarismo".

Ele ressalta ainda que, apesar da sigla significar "acidente", mais de 90% dos casos de AVC podem ser evitados se controlados os fatores de risco. São ações indicadas para prevenir o mal: a verificação periódica da pressão arterial, não fumar, não consumir bebidas alcoólicas, praticar pelo menos 150 minutos de exercícios por semana, manter-se no peso ideal e verificar pelo menos uma vez por ano as taxas de colesterol e glicose.

No Ceará, os AVC's resultam em 6.000 internações por ano. Destes, 3.500 em Fortaleza. De acordo com o médico, "apesar de ter 29% da população do Estado, a Capital acaba absorvendo 60% das internações por AVC, isto porque ainda é precária a rede de assistência no Interior".

Nos últimos dois anos, somente no HGF foram internados 1.026 pacientes, com uma média de idade entre 59 anos. Segundo o médico, esses pacientes tiveram uma permanência média de 13 dias. Após isso, 45,5% tiveram alta, 48% foram transferidos para a conclusão do tratamento em outro hospital e 6,5% morreram.

Para o vendedor Lindson Diego Gomes e a aposentada Clícia Abreu, as informações sobre a doença só chamaram a atenção após os episódios ruins. O desconhecimento dos dois pacientes foi o mesmo constatado na pesquisa divulgada, esta semana, pela Organização Mundial de AVC, sobre a situação no Brasil. O levantamento detectou que 13% dos entrevistados não souberam apontar nenhum sinal do AVC, enquanto 10% apontaram dormência como sintoma.

Para enfrentar esse mal, a Sesa, de acordo com o médico, está estruturando e implantando a Rede Estadual de Assistência ao AVC composta por Unidades de AVC no HGF e nos Hospitais Regionais de Juazeiro, Sobral e Quixeramobim.

Mais da metade dos pacientes fica com sequelas
Para a aposentada Clícia Abreu Barros, que após sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC) foi para a UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) e correu risco de morte, o acompanhamento é contínuo. Com o lado direito do corpo comprometido, ela garante que "até a escrita mudou, após o AVC" e, para manter-se viva e sentir-se bem, a realização de mudanças na alimentação foram imprescindíveis.

O mesmo ocorreu com o vendedor Lindson Diego, que passou por angioplastia - procedimento para desentupir a artéria - chegou a ser drenado e teve uma costela retirada. Hoje, ele, que tem o lado direito do corpo, na região tronco, dormente, teve que mudar de hábitos.

O presidente do Comitê de Atenção ao AVC, Dr. João José Carvalho, dá conta que metade dos pacientes que sobrevivem a um AVC ficam com sequelas. As principais delas afetam a condição motora e a fala.

Tratamento
O tratamento destas sequelas envolve geralmente uma equipe multidisciplinar, com médicos, fisioterapeutas e fonoaudiólogos. Conforme explicou o médico, os pacientes retornam ao lar e, às vezes, têm de se submeteram pelo resto de suas vidas às sessões de fisioterapia e também de fonoaudiologia.

Para esta nova etapa, João defende que "os familiares têm papel importante na reabilitação dos pacientes, principalmente nas atividades do dia a dia". O médico avalia ainda que dispor de um cuidador esclarecido e treinado é um dos fatores decisivos para alcançar a melhoria dos déficits e também pata a devida reintegração do paciente à sua rotina.

Mais da metade dos pacientes fica com sequelas
Para a aposentada Clícia Abreu Barros, que após sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC) foi para a UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) e correu risco de morte, o acompanhamento é contínuo. Com o lado direito do corpo comprometido, ela garante que "até a escrita mudou, após o AVC" e, para manter-se viva e sentir-se bem, a realização de mudanças na alimentação foram imprescindíveis.

O mesmo ocorreu com o vendedor Lindson Diego, que passou por angioplastia - procedimento para desentupir a artéria - chegou a ser drenado e teve uma costela retirada. Hoje, ele, que tem o lado direito do corpo, na região tronco, dormente, teve que mudar de hábitos.

O presidente do Comitê de Atenção ao AVC, Dr. João José Carvalho, dá conta que metade dos pacientes que sobrevivem a um AVC ficam com sequelas. As principais delas afetam a condição motora e a fala.

Tratamento
O tratamento destas sequelas envolve geralmente uma equipe multidisciplinar, com médicos, fisioterapeutas e fonoaudiólogos. Conforme explicou o médico, os pacientes retornam ao lar e, às vezes, têm de se submeteram pelo resto de suas vidas às sessões de fisioterapia e também de fonoaudiologia.

Para esta nova etapa, João defende que "os familiares têm papel importante na reabilitação dos pacientes, principalmente nas atividades do dia a dia". O médico avalia ainda que dispor de um cuidador esclarecido e treinado é um dos fatores decisivos para alcançar a melhoria dos déficits e também pata a devida reintegração do paciente à sua rotina.

TATHIANY NASCIMENTO
REPÓRTER

Fonte: Diário do Nordeste



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