Crato (CE): Romaria do Caldeirão mobiliza milhares de devotos

Em Crato, por volta das 5h30, teve início enorme cortejo formado por veículos de passeio, ônibus, vans e motocicletas, dirigiu-se ao local onde, em meados da década de 1930, um povoado foi erguido por camponeses e devotos de Padre Cícero. Em regime de mutirão, a comunidade produzia suas lavouras, rezava e dividia o resultado da colheita, de forma a atender às necessidades das famílias que ali residiam.

O trabalho coletivo e a igualdade social desenvolvidos no Caldeirão foram relembrado pelos participantes da romaria, cujo tema deste ano debateu a necessidade da preservação da vida e da cultura nas comunidades. Segundo historiadores, pelo menos mil pessoas viveram no local, situado entre os distritos de Santa Fé e Dom Quintino.

Visitantes de diversos municípios da região, bem como de outras partes do Estado, tiveram a oportunidade de conhecer melhor o movimento iniciado pelo beato José Lourenço, além de exercitar a devoção e conferir apresentações de grupos artísticos tradicionais da localidade.

A romaria também fez parte do encerramento da semana do EcoCaldeirão, realizada desde o último dia 15, com palestras nas comunidades, além de amplo debate nas escolas e meios de comunicação.

Para o padre Vilecy Basílio Vidal, coordenador do evento, a romaria desenvolvida no Caldeirão auxilia a compreensão da história de luta dos camponeses no Cariri, transformados em sujeitos impulsionadores de inovação e mudanças nomeio em que viveram, tendo como fundamento a cultura de resistência. "Reviver o Caldeirão é cercar-se de substâncias valorativas, enriquecidas pelas experiências sociais. É identificar suas particularidades, relacionando os principais elementos, registrando-os e preservando-os. Todo o Caldeirão é um celeiro de memória viva que necessita ser defendida pela comunidade", observou o padre.

ROBERTO CRISPIM
COLABORADOR

Fonte: Diário do Nordeste



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