Crato (CE): Programa debate racismo na escola

Prossegue até amanhã, neste município, a quinta edição do programa "Artefatos da Cultura Negra no Ceará", desenvolvido pelo Departamento de Educação da Universidade Regional do Cariri (Urca), em parceria com o Programa de Pós-Gradução em Educação da Universidade Federal do Ceará (UFC) e pelo Núcleo de Estudos de Gênero e Relações Raciais (Negrec).

Criado em 2009, o programa discute de maneira ampla as diretrizes das legislações referentes à obrigatoriedade do aprendizado da história e cultura Afro-Brasileira e Africana nas escolas do País. A ação também possui como finalidade a promoção de uma educação voltada ao combate ao racismo nos estabelecimentos de ensino.

No Ceará, a presença da cultura africana está em diversos segmentos. O número de afrodescendentes, conforme estudiosos, é crescente a cada ano. "Durante um bom tempo, a gente já vem trabalhando no desenvolvimento de estudos e pesquisas que apontam uma presença forte da população africana no Ceará",diz a professora Cícera Nunes, coordenadora do evento. O evento também possui viés combativo em relação a atos de racismo praticado dentro da própria universidade.

Em março deste ano, por exemplo, um grupo de alunos realizou manifestação após um estudante do curso de História ter sido vítima de racismo dentro do Campus do Pimenta, no município do Crato.

A reitora da Urca, Otonite Cortez, disse, na ocasião, que a instituição abominava o ato e que não haveria tolerância a qualquer tipo de preconceito. Nunca se descobriu, no entanto, quem havia realizado as ameaças.

Para Luciano Carvalho, coordenador do Grupo de Valorização Negra do Cariri (Grunec), que também participa como parceiro das discussões do evento, é preciso uma reflexão mais contundente em relação a existência de casos de racismo nas instituições de ensino.

ROBERTO CRISPIM
COLABORADOR

Fonte: Diário do Nordeste



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