Os números da violência contra a mulher em Crato, no primeiro semestre deste ano, são impressionantes. De acordo com a Delegacia da Mulher, todos os meses cerca de oitenta delas procuram a delegacia especializada para denunciar crimes de maus tratos e agressões praticados por homens, na maioria, seus próprios parceiros ou cônjuges.
“Nesse primeiro semestre o Conselho da Mulher Cratense teve um número altíssimo de mulheres vítimas de violência”, disse Francisca Alves, Presidente da entidade. “Estamos fazendo tudo o que podemos para tentar diminuir esse número tão alarmante”.
Francisca acrescentou que na Região do Cariri, 14 mulheres já foram vítimas da pior forma possível, quando perderam suas vidas. Oito delas somente em Juazeiro do Norte.
“No Crato a gente trabalha a prevenção, porque tudo tem que ter prevenção. As mulheres recebem a nossa assistência. Vamos aos bairros, às escolas, conversamos com essas nossas amigas para entenderem o que realmente é essa violência e o que fazer para combater ela”, diz Francisca.
O Conselho da Mulher Cratense tenta, junto á administração municipal e estadual, a construção de uma casa que possa abrigar as mulheres vítimas de violência doméstica que temem retornar às suas casas. Além disso, esperar a instalação do Centro de Referência da Mulher, em Crato.
Avanços da Lei Maria da Penha
“A Lei Maria tem muita coisa boa. Talvez muitas pessoas não saibam, mas a lei dá direito, por exemplo, de uma mulher que foi agredida e não consegue trabalhar por medo ou vergonha, lhe garante seis meses de salário sem necessidade de ir ao trabalho. (...) Hoje, um homem que bate numa mulher não paga mais uma cesta básica, vai preso e paga na cadeia.”, finaliza Francisca Alves.
Robson Roque
Fonte: Miséria
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