Recuperação de geossítios tem início nesta semana

As obras de melhorias na infraestrutura dos geossítios do projeto Geopark Araripe deverão ser iniciadas nesta semana. São áreas em seis cidades da região do Cariri. A finalidade é começar os serviços em locais considerados de maior prioridade, como o Pontal da Santa Cruz, em Santana do Cariri. Há mais de um ano, o monumento que dá nome ao local, uma cruz de mais de 20 metros, desabou. Além dele, o geossítio Cachoeira de Missão Velha, que além da melhoria do acesso, contará com a pavimentação da estrada e o Riacho do Meio, em Barbalha.

O lançamento da obra já ocorreu no Cariri, no último dia 1º, na cidade de Missão Velha, mas mesmo com a ordem de serviço assinada, os trabalhos não foram iniciados no local.

Segundo a coordenadora do projeto Cidades do Ceará, Rita de Cássia Bezerra, o objetivo é começar as melhorias em todos os geossítios ou principalmente os que exigem uma prioridade maior, a exemplo do Pontal. É que o local passou a ser um dos pontos mais visitados da Região e há uma fragilidade em relação à segurança na área, desde que o monumento, uma cruz de metal de 17 toneladas desabou, além de um mirante, ao lado, que foi ao chão. Ambos deteriorados pela corrosão.

As obras serão realizadas pela Secretaria das Cidades do Ceará, por meio de empréstimo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

No geossítio Cachoeira de Missão Velha, onde foi assinada ordem de serviço com a presença do secretário das Cidades, Mário Fracalossi, serão feitas duas obras estruturantes, incluindo pavimentação e sinalização do acesso, em 4,8 quilômetros de estrada, além de inserção de mobiliário e da infraestrutura, a exemplo de um guarda-corpo, que possibilitará mais segurança para as pessoas que vão ao local contemplar a queda d'água.

A estrada também receberá obras de drenagem. A finalização do acesso, que irá contar com uma ciclovia, deverá acontecer em seis meses.

Avaliação
O coordenador do Geopark Araripe, Idalécio Freitas, destaca a importância da melhoria da infraestrutura dessas áreas, já que no próximo ano, a equipe de técnicos da Rede Global de Geoparks deverá realizar a segunda avaliação do Geopark Araripe, para revalidar a chancela da Organização das Nações Unidas para Educação (Unesco). O geossítio em Missão Velha receberá serviços de infraestrutura que vão desde terraplenagem, estacionamento e sinalização, além do abrigo do mobiliário rústico.

Serão investidos nessa parte R$ 157,3 mil. Ele disse que há uma necessidade urgente de melhorias principalmente no Pontal e também no riacho do Meio, em Barbalha.

Unidades de conservação
O coordenador destaca a presença de monumentos naturais na maior parte dos geossítios, além da presença de unidades de conservação municipal, estadual, federal e de particular. Um dos parques estaduais é o Sítio Fundão, que faz parte do geossítio Batateiras. Com o início das obras, as novas estruturas deverão estar prontas até o final do ano. O professor Idalécio ressalta o amplo programa dedicado ao Geopark, o primeiro criado nas Américas.

Conforme o professor, a avaliação envolve desde os aspectos relacionados à melhorias na infraestrutura, além da forma de agregar o conhecimento histórico, cultura e desenvolvimento sustentável local.

Com isso, todos os geossítios terão os acessos mais facilitados. Desde que foi criado, em 2006, o Geopark ainda conta com uma infraestrutura mínima nessas áreas. A meta é investir cerca de R$ 7 milhões no total. O projeto foi elaborado pelos próprios técnicos do Geopark, levando-se em conta as principais necessidades para realização desses serviços estruturais.

No projeto anterior, não estava prevista a estrada em Missão Velha. Mas por conta das péssimas condições de acesso, foi inserida no projeto final, incluindo uma ciclovia. Todos os geossítios receberão novos mobiliários, além de melhorias que proporcionem mais conforto.

Comércio
Nos principais pontos de acolhida dos geossítios serão construídas escadarias, banheiros, bancos, abrigos, bicicletário, além do um guarda-corpo, com correntes, no geossítio Cachoeira de Missão Velha. Outro aspecto que vem sendo pensado pelos técnicos é a inclusão de lojas de souvernirs com produtos regionais.

As trilhas receberão cuidados especiais, já que tem se acumulado lixo em algumas áreas, a exemplo do Santo Sepulcro, de apenas 2 quilômetros, e com várias placas educativas, mas que o público ainda não adotou o hábito de guardar o lixo, sem deixá-lo na floresta. Para a melhoria dessas áreas, estará sendo contratada através do projeto, segundo o professor Patrício Melo, vice-reitor da Universidade Regional do Cariri (Urca), uma empresa que fará a manutenção das trilhas e dos mobiliários, com segurança.

No geossítio Cachoeira de Missão Velha será construído o bicicletário, abrigo, banca de vendas e inseridos bancos rústicos em madeira, lixeiros, além do guarda-corpo em metal e madeira. Todos os geossítios receberão praticamente a mesma estrutura, com as devidas adequações e características de cada espaço, além de incorporar a acessibilidade, com banheiros para por portadores de deficiências.

O maior impacto relacionado ao projeto de infraestrutura acontecerá nos geossítios Riacho do Meio, em Barbalha, e no Pontal da Santa Cruz, em Santana do Cariri. Nessas duas áreas serão inseridos novos estacionamentos, com maior capacidade.

No Parque dos Pterossauros, em Santana do Cariri, e ideia é além de toda a infraestrutura, com sala de multiuso, construir um espaço de proteção para a área de escavações de fósseis. O intuito é fazer com que esses espaços sejam garantidos por mais tempo para estudos. Na área da floresta petrificada, em Missão Velha, também será construído um estacionamento, além de escadas para acesso a alguns espaços do parque.

Mais informações
Escritório Geopark Araripe
Carolina Sucupira, S/N
Pimenta
Crato - CE
Telefone: (88) 3102.1237

ELIZÂNGELA SANTOS
REPÓRTER

Fonte: Diário do Nordeste



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