Juazeiro do Norte (CE): Conselheiros denunciam situação de descaso no Conselho Tutelar

Membros do Conselho Tutelar de Juazeiro do Norte procuraram o Site Miséria para retratar a situação de descaso por parte do poder público com o qual o órgão convive. Dois conselhos funcionam atualmente no município para atender a demanda de 34 bairros/ localidades.

Um dos prédios encontra-se em péssimo estado, com rachaduras, infiltrações, cupins e más instalações. O outro funciona em local inapropriado após indicação da administração municipal, não oferecendo, por exemplo, privacidade no atendimento à população.

Um computador, que é essencial para o ofício do conselheiro, chegou a ser retirado da entidade por uma empresa terceirizada que não teria recebido pagamento, segundo relatos de conselheiros.

“A estrutura em si não está adequada para o bom atendimento à nossa população. No inverno é obrigado a cobrir tudo com plásticos porque senão vai queimar tudo. Tem que ter realmente uma reforma, porque se tem um profissional de qualidade para trabalhar, tem que ter também a qualidade ao receber os clientes”, disse o conselheiro Ari Nascimento.

Existe apenas um carro para atender a demanda de ocorrências dos dois conselhos. Esse veículo ora não pode ser designado para a realização de algum trabalho por parte do órgão, ora não está disponível para todo o trâmite de uma ação,

“Só temos um carro. Muitos casos ficam pendentes porque muitas vezes quando o carro tá no primeiro conselho o segundo fica descoberto. O conselho tutelar trabalha 24 horas e precisamos desse veículo disponível”, disse Adauto Hélio que é um dos presidentes.

“O município é obrigado por manter não só a estrutura física como toda a parte de recursos humanos”, explica o conselheiro Junior Sarmento. “Nós trabalhamos diariamente com computador. Sem computador e impressora é impossível o conselheiro trabalhar”, explica.

Segundo Conselho em local improvisado
A sede do segundo conselho juazeirense fica localizada em uma residência de uma série de casas geminadas que nada favorece a privacidade já que a grande maioria dos atendimentos acontecem com base em confidências e denúncias.

“A casa não oferece uma estrutura correta, não tem nenhuma privacidade, as pessoas que ficam na recepção costumam ouvir os casos. Há deficiência também na questão dos funcionários terceirizados estão já para dois meses de salários atrasados”, disse a presidente Rosangela Flor Bento.

Na busca de tentar sanar todas essas deficiências, os conselheiros recebem doações como um ar condicionado e até uma geladeira que foi presenteada por uma assistente social. Um deles utiliza o próprio carro nos atendimentos. Uma brinquedoteca foi improvisada com recursos dos próprios conselheiros para receberem crianças e outras melhorias são feitas, na medida do que lhes é possível, enquanto aguardam posicionamento do poder público.

Robson Roque

Foto: Cícero Valério/Ag. Miséria

Fonte: Miséria



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