Governo federal mantém alíquotas reduzidas de IPI de veículos e móveis até fim do ano

O governo federal decidiu prorrogar até o fim deste ano as alíquotas reduzidas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos novos e móveis, afirmou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, nesta segunda-feira. O IPI voltaria à alíquota normal amanhã, 1º de julho. O anúncio foi feito depois de reunião com representantes de ambos os setores. A renúncia fiscal do governo pela prorrogação em automóveis será de R$ 800 milhões só no segundo semestre, calculou o ministro. Já por conta do setor moveleiro, a renúncia será de R$ 161,6 milhões no mesmo período.

Para veículos de até 1000 cilindradas, a alíquota do imposto, que seria reajustado para 7%, foi mantida em 3%. Os veículos flex acima de 1000 cilindradas e até 2000 cilindradas, que teriam a alíquota reajustada para 11%, continuam tributados em 9%.

Já para os carros a gasolina com as mesmas 1000 ou 2000 cilindradas, o IPI será mantido em 10% ao invés de subir para 13%. De acordo com o ministro, as medidas foram tomadas para “estimular as vendas do setor e para que a indústria consiga manter o nível de emprego”.

— Estamos trabalhando para que este ano as vendas de veículos sejam semelhantes às do ano passado — disse o ministro a jornalistas ao final do encontro com os representantes da indústria.

Durante a reunião, o crédito mais escasso e a realização da Copa do Mundo no País, que diminuiu a quantidade de dias úteis do ano, foram os motivos apontados para o recuo nas vendas de veículos neste ano. Sobre o ritmo mais fraco do crescimento do crédito neste ano, Mantega sugeriu que uma das soluções pode ser a retomada do uso do leasing pelos bancos, “já não há mais impedimento legal” para isso.

Para o presidente da Anfavea, Luiz Moan, a manutenção do IPI menor até 31 de dezembro vai se “converter em um grande fator para que a indústria tenha um segundo semestre melhor”.

— A expectativa é voltarmos a construir um ritmo de crescimento normal nas vendas — afirmou Moan.

'Copa vai ajudar a mudar o humor do consumidor'
De manhã, o ministro também se reuniu com representantes do varejo, que pediram a prorrogação do IPI menor para móveis, laminados e painéis, que também terminaria amanhã. Por volta das 18 horas, Mantega entrou em nova reunião com os membros da indústria moveleira para decidir se estenderia o benefício.

No fim, ficou decidido que móveis, painéis e revestimentos de móveis continuam com IPI de 4% e não são elevados para a alíquota de 5%. As luminárias prosseguem com taxa de 12%, ao invés de 15%

Antes do anúncio do benefício ao setor moveleiro Mantega, ponderou que o varejo não foi tão mal quanto a indústria automotiva. De acordo com ele, houve um desempenho “moderado” do segmento, com alta de 5,4% em maio, impactados pela inflação, menor confiança do consumidor e também da Copa.

O ministro ponderou que já está havendo uma reversão deste cenário, com o aumento da confiança dos consumidores e do comércio, além da redução da inflação. De acordo com Mantega, levantamento feito pelos supermercados, levando em conta 35 itens que representam 80% das vendas, mostram uma inflação de 4,23% neste ano.

— Isso mostra que a inflação está caindo e o consumidor está reconstruindo seu poder de compra. O sucesso da Copa também vai ajudar a mudar o humor do consumidor.

Mantega também afirmou que o “sucesso da Copa também vai ajudar a mudar o humor do consumidor”.

Fonte: O Globo



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