Transposição do rio S. Francisco tem 60% das obras concluídas

O Projeto de Integração do Rio São Francisco já conta com todas as etapas de execução 100% contratadas e em andamento, com previsão de entrega para o próximo ano. Essa perspectiva de prazo está sendo repassada pelo Governo Federal, por meio do Ministério da Integração Nacional. No final de março, o ministro Francisco Teixeira esteve visitando as obras no Cariri, na cidade de Jati, e disse que o objetivo é concluir o canal até 2015.

Ele foi acompanhado por uma comissão de empresários da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), do Ceará e Rio Grande do Norte. Nem mesmo com a paralisação na segunda quinzena de março, quando operários que trabalham no trecho da Meta 3N, antigo lote 06, em Mauriti, decidiram interromper as atividades alegando atrasos nos salários, houve registro de prejuízos mais sérios ao andamento das obras no Ceará.

Atualmente, cerca de 60% das obras do Projeto já foram concluídas e os dois Canais de Aproximação do Eixo Norte e Leste já estão prontos. Diversos trechos de obras do Eixo Norte estão em funcionamento 24 horas por dia, incluindo os municípios Brejo Santo, Jati e Mauriti, no Estado cearense, e São José das Piranhas, na Paraíba, dando segmento ao canal, na construção dos 15 quilômetros do túnel Cuncas I, o maior da América Latina, localizado também em Mauriti, e também nos municípios pernambucanos de Salgueiro e Cabrobó.

Dentro da Política Nacional de Recursos Hídricos, o Projeto de Integração do Rio São Francisco é a mais importante iniciativa do Governo Federal, que tem como objetivo garantir a segurança hídrica para mais de 390 municípios, dos Estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte, região onde a estiagem acontece frequentemente. Orçado em R$ 8,2 bilhões, o Projeto prevê recursos de quase R$ 1 bilhão (cerca de 12% do total) para programas básicos ambientais, em conformidade com condicionantes do Ibama.

O empreendimento garantirá o abastecimento de água desde grandes centros urbanos da região, como Fortaleza, Juazeiro do Norte, Crato, Mossoró, Campina Grande e Caruaru, até centenas de pequenas e médias cidades inseridas no semiárido e de áreas do Interior do Nordeste, priorizando a política de desenvolvimento regional sustentável. A obra beneficiará uma população estimada de 12 milhões de habitantes, em 390 municípios nos estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte, além de gerar emprego e promover a inclusão social.

Cinturão das Águas
No Ceará, a redistribuição das águas do São Francisco será feita por meio do investimento do governo do Estado, no projeto Cinturão das Águas, beneficiando a produção agrícola em dezenas de municípios, inclusive no Cariri. As ações no projeto da Transposição vão garantir o acesso à água para a região Nordeste, que possui 28% da população brasileira e apenas 3% da disponibilidade de água, o que provoca grande irregularidade na distribuição dos recursos hídricos, pois o Rio São Francisco apresenta 70% de toda a oferta regional.

Com a conclusão do canal, será estabelecida a interligação da bacia hidrográfica do Rio São Francisco com bacias inseridas no Nordeste Setentrional. Essa interligação vai levar água para consumo humano, animal da região, beneficiando mais de 12 milhões de pessoas, além de gerar emprego e promover a inclusão social.

Os trechos em obra do Projeto empregam, atualmente, 10.151 trabalhadores. As bacias beneficiadas pela água do Rio São Francisco serão: Brígida, Terra Nova, Pajeú, Moxotó e bacias do Agreste, em Pernambuco; Jaguaribe e Metropolitanas, no Ceará; Apodi e Piranhas-Açu, no Rio Grande do Norte; Paraíba e Piranhas, na Paraíba.

O projeto estabelece a interligação da bacia hidrográfica do Rio São Francisco - que apresenta relativa abundância de água (1.850 m³/segundo de vazão garantida pelo reservatório de Sobradinho) - com bacias inseridas no Nordeste Setentrional. Essa interligação vai levar água para consumo humano e animal. A previsão é que sejam recuperados 23 açudes e mais 27 reservatórios sejam construídos, que funcionarão como pulmões de água para os sistemas de abastecimento do agreste, fornecendo 6 m³ por segundo.

Trata-se da maior obra de infraestrutura hídrica do País e figura entre as 50 maiores construções de infraestrutura em execução no mundo. A construção se destaca por executar mais de 470 km de obra linear. A informação consta na 14ª edição do boletim "Economia Brasileira em Perspectiva", publicado pelo Ministério da Fazenda. Entre outras 12 obras brasileiras presentes na lista, estão incluídas até as obras dos estádios para a Copa do Mundo de 2014.

Os trechos em construção do projeto, conta com cerca de 3.140 máquinas em operação. Trata-se do mais significativo volume de investimentos nas questões socioambientais e arqueológicas do semiárido setentrional. As ações desenvolvidas pelos 38 programas ambientais do projeto possibilitam o conhecimento aprofundado do bioma Caatinga e em diversos aspectos econômico-sociais e arqueológicos.

Mais informações
Ministério da Integração Nacional 
Esplanada dos Ministérios, Bloco E Brasília (DF)
Telefone: (61) 3414.0138 / 0195

ELIZÂNGELA SANTOS
REPÓRTER

Fonte: Diário do Nordeste



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