Barbalha (CE): Casa acolhe portadores de câncer

Um trabalho social voltado a crianças e adolescentes vítimas de câncer vem sendo desenvolvido em Barbalha há cerca de 10 anos. A carência de ações do porte fez com que um grupo evangelizador criasse o Instituto de Apoio às Crianças com Câncer (IACC). Hoje são cerca de 30 pessoas assistidas, de diversas cidades do Cariri, para realizarem o tratamento.

Atualmente, a instituição tem buscando mais apoio junto à classe empresarial e ao poder público, para dar continuidade ao trabalho e poder estender as ações para as pessoas, no intuito de possibilitar atendimentos psicológicos e sociais, com profissionais sistemáticos na instituição.

Segundo a presidente da Organização não Governamental, Fátima Regina Pontes Dantas Barros, a maioria dos casos de crianças que chega à instituição é de leucemia.

A condição de desamparo a uma pessoa acometida pela enfermidade, fez com que o grupo se sensibilizasse e realizasse um trabalho junto aos pacientes, que realizam tratamento no Centro de Oncologia de Barbalha, referência para mais de 40 municípios, na cidade de Barbalha, inclusive de estados como o Pernambuco e a Paraíba.

Devastadora
Segundo Fátima, o câncer é uma doença devastadora e pode afetar vidas prematuras. "As longas sessões de tratamento da quimioterapia acabam tirando o encanto da infância", diz. Foi diante dessa realidade que se decidiu criar um espaço extra-hospitalar para dar assistência maior e com trabalho realizado basicamente por meio do voluntariado.

Para a presidente da ONG, a ideia era estabelecer um espaço onde as crianças e suas mães pudessem ter mais conforto, alimentação, o que poderia de certa forma favorecer o tratamento, que classifica como tortuoso. No projeto, ressalta a fé como suporte para o sofrimento.

Todas as famílias, além de serem atendidas na casa, com acompanhamento, distribuição de cestas básicas, para garantir uma alimentação mais qualificada para a família, também há transporte, que favorece o trabalho. São cerca de 40 quilos de alimentos, remédios, exames, além de oficinas de arte para as mães, como o aprendizado do bordado, crochê entre outras atividades. Funciona também como uma forma de terapia ocupacional, a fim de suavizar o sofrimento que as famílias passam no momento do tratamento.

O velho casarão, na rua Divino Salvador, tem sido a providência necessária para quem não tem onde ficar. A dona de casa Cícera da Silva, da cidade de Assaré, há cerca de um ano e meio realiza tratamento do seu filho, João Guilherme, de 7 anos. Ele está sendo tratado de uma leucemia, mas já está bem melhor conforma a mãe.

Desde que o filho veio realizar o tratamento em Barbalha, que ela está obtendo o suporte da casa. Caso não fosse o IACC, admite que não teria onde ficar com o filho, e classifica como de grande importância para esse momento do tratamento.

Já Maria Laurenízia de Oliveira há mais de um ano necessita dos serviços da casa. Sua filha de 11 anos está realizando tratamento para a cura de uma leucemia. De família de agricultores, os recursos são escassos para obter um suporte maior para a filha, e com isso, destaca a importância do apoio que vem recebendo ao longo de mais de um ano.

Fátima Pontes abraçou a causa de atuar com o projeto, desde que se reuniu durante um dia por semana, com uma equipe de trabalho evangelizador, para visitar os pacientes no hospital. A sua vida tem sido um constante aprendizado, diante da realidade que enfrenta com os pacientes, em sua grande maioria pessoas carentes.

Alimentos
Há caso de família que mesmo com o filho em tratamento, com uma menos frequência ao hospital, todos os meses continua recebendo a cesta de alimentos. O IACC tem sobrevivido basicamente de doações. O trabalho voluntário insere as crianças também no espaço das brincadeiras, no mundo da ludicidade, além de contar com professores voluntários no trabalho. "É uma forma de preencher uma lacuna que o câncer retira", afirma ela.

Ao longo dos últimos anos, não tem sido fácil manter o trabalho, conforme Fátima. Recentemente foram realizadas melhorias nos banheiros, para melhor atender o público. O aluguel mensal da casa já se torna uma despesa considerável, de R$ 1.200, para manter, mesmo dentro da simplicidade, um espaço de afeto. As crianças, hoje, têm acesso aos brinquedos, inclusive eletrônicos, e vivenciam um espaço que se confunde com uma segunda casa para poderem realizar, além do tratamento, as suas atividades.

O Instituto também quer estender o tratamento ginecológico às mães das crianças. Toda a medicação repassada aos pacientes conta com o acompanhamento do médico, além de favorecer as pessoas com o tratamento oftalmológico, por meio de parceria com empresas do segmento. Mesmo sendo uma instituição que se sustenta por meio de doações, Fátima faz o alerta de que já houve pessoas em Barbalha pedido ajuda em nome do IACC, que está aberto como instituição há quatro anos. Ela ressalta que essas pessoas não estão autorizadas a fazer esse tipo de ação, até porque os contatos da instituição acontecem de forma presencial antes, e a casa é apresentada às pessoas. "Primeiro, fazemos questão de mostrar o Instituto e as ações que estão sendo desenvolvidas e a nossa forma de trabalho", diz.

Mais informações
Instituto de Apoio às Crianças com Câncer - IACC
Rua Divino Salvador, 222
Centro - Barbalha
Telefone (88) 3532.3743

ELIZÂNGELA SANTOS
REPÓRTER

Fonte: Diário do Nordeste



Um comentário:

  1. Concerto detectei durante o longo período em que usufrui deste segundo lar onde meu filho foi maravilhosamente acolhido que a missão desses voluntários do IACC é transformar os momentos de dor dessas crianças em AMOR

    ResponderExcluir

AddThis