André Vargas agora diz que Padilha não indicou diretor de laboratório

O deputado federal licenciado André Vargas (ex-PT-PR) afirmou ontem que o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha não foi o responsável por indicar o diretor de um laboratório cuja parceria com a pasta é hoje objeto de investigação pela Polícia Federal.

Vargas é autor de uma mensagem de texto que levou a PF a ligar, em um dos relatórios da Operação Lava Jato, o agora pré-candidato do PT ao governo do Estado de São Paulo ao laboratório Labogen, controlado pelo doleiro Alberto Youssef.

Em uma mensagem enviada por Vargas a Youssef em novembro, e interceptada pela Polícia Federal, o deputado escreveu "foi Padilha que indicou" ao se referir à ida de Marcus Cezar Ferreira de Moura, ex-assessor do ministro, para o Labogen.

Na época, o laboratório negociava sua entrada numa parceria com o ministério para produzir um medicamento considerado estratégico pelo governo –um projeto que poderia render até R$ 31 milhões em cinco anos.

À Folha Vargas nega que Padilha tenha feito a indicação: "Nem na Labogen nem para outro lugar".

Segundo o relato do deputado, Marcus Moura o procurou em seu gabinete na Câmara dos Deputados em busca de emprego quando ele era vice-presidente da Casa.

"Vi o currículo dele e achei interesse. Ajudo as pessoas. Eu era o vice-presidente e centenas de pessoas me procuravam para conseguirem alguma colocação", afirmou o deputado licenciado.

Amigo de Youssef, Vargas foi forçado a renunciar à vice-presidência da Câmara e se desfiliar do PT após virem à tona as informações sobre suas relações com o doleiro. O ex-petista responde ainda a um processo de cassação do mandato na Câmara.

Padilha
Nesta semana, Padilha aumentou a pressão sob Vargas ao pedir que ele explique na Justiça o uso do seu nome em conversas com o doleiro.

O pré-candidato do PT ao governo paulista nega que tenha relação com o doleiro e diz que mente quem afirma que ele tenha feito indicação para o Labogen.

Padilha afirma ainda que nos três meses em que Marcus Moura trabalhou no Ministério da Saúde, em 2011, ele não tinha como função lidar com a área de medicamentos e que também não possuía relação direta com o gabinete do ministro.

As informações divulgadas pela Polícia Federal nas últimas semanas no entorno de Padilha preocuparam o PT, que quer distância de Vargas para evitar que novos desdobramentos respinguem na eleição estadual e nacional.

Segundo a Folha apurou com aliados de André Vargas, no entanto, o deputado estuda reassumir sua vaga na Câmara na semana que vem.

O raciocínio do deputado paranaense é o seguinte: como o Conselho de Ética só deve analisar o processo que pode resultar em sua cassação no mês de julho, Vargas poderia reassumir o cargo e então submergir".

Aliados do deputado licenciado, inclusive, já consultaram técnicos da Câmara sobre essa operação para saber se a manobra seria possível mesmo após ele ter se desfiliado do PT a pedido da cúpula da legenda.

Fonte: Folha.com



Nenhum comentário:

Postar um comentário

AddThis