A exposição do Brasil graças à realização da Copa do Mundo em junho tem levado ao mundo os problemas estruturais históricos do País, bem como o descaso das autoridades com os investimento. Desta vez é o jornal americano The New York times (NYT) que denuncia as grandes obras estatais deixadas imcompletas. Com o título "Grandes visões fracassam no Brasil", o material do jornalista Simon Romero foi publicado neste sábado e é repleto de imagens e depoimentos, inclusive em vídeo. O mesmo texto foi também editado neste domingo (13) com pelo Boston Globe, ligado ao mesmo grupo, com a manchete "Do grande crescimento à ferrugem, grandes projetos definham no Brasil" (numa tradução livre).
O jornalista relata que o Brasil corre para resolver os atrasos das intervenções para o mundial de futebol, alguns causados por mortes de operários na construção dos estádios e pelos altos custos das obras. "Estão sendo construídos sistemas de ônibus e trens para os espectadores que nçao serão terminados mesmo muito depois dos jogos acabarem", escreveu. Os protestos de rua realizados contra o torneio também foram lembrados.
Contudo, o texto afirma que os projetos da Copa do Mundo são apenas uma "cortina de fumaça" de um problema maior: o abandono, paralisão ou construçãos com custo bem acima do orçamento original de "projetos luxuosos". Segundo Romero, "os empreendimentos foram destinados a impulsionar e simbolizar aparente ascensão do Brasil."Mas agora que o país está vagando numa ressaca pós-boom, ela expõe os líderes da nação a críticas fulminantes, acusados de realizarem gastos desnecessários e de incompetência, enquanto os serviços básicos para milhões permanece deficiente", afirmou.
Eixão das Águas e Transnordestina são exemplos do descaso no Nordeste
Como exemplo do descaso, a reportagem cita a construção da ferrovia Transnordestina. "O Brasil investiu bilhões de dólares na construção de uma ferrovia em todo o sertão apenas para o projeto há muito adiado ser vítima de catadores de metal", disse. O jornalista ressalta que até mesmo edifícios públicos "curvilíneos" do arquiteto Oscar Niemeyer foram abandonados logo após serem construídos. "Houve até um malfadado museu de Objetos Voadores Não Identificados (OVNIs) construído com recursos federais. Seus restos esqueléticos agora pairam como um navio perdido entre as ervas daninhas", denunciou, referindo-se à contrução em Verginnha/MG.
Romero ressalta ainda que "alguns economistas" associam os problemas a "uma burocracia paralisante,a alocação irresponsável dos recursos à forte corrupção". Ainda sobre o Nordeste, o texto cita a demora na conclusão do Eixão das Águas, "uma rede de canais de concreto de US$ 3,4 bilhões no sertão atormentado pela seca" que deveria estar concluído em 2010. Há ainda o casos de "dezenas de novos parques eólicos ociosos pela falta de linhas de transmissão e hotéis de luxo inacabados acabando com o horizonte do Rio de Janeiro".
A matéria entrevistou o diretor do site Contas Abertas, Gil Castello Branco que teria dito que "Os fiascos estão se multiplicando, revelando a desordem que é lamentavelmente sistêmica". "Nós estamos acordando para a realidade de que imensos recursos foram desperdiçados em projetos extravagantes, quando nossas escolas públicas ainda são uma bagunça e esgoto ainda está em nossas ruas", completou o entrevistado.
Fonte: Diário do Nordeste
Nenhum comentário:
Postar um comentário