Morre o deputado federal e ex-presidente do PSDB Sérgio Guerra

O deputado federal e presidente estadual do PSDB em Pernambuco, Sérgio Guerra, faleceu na manhã desta quinta-feira, aos 66 anos, em decorrência de complicações provocadas por um câncer nos pulmões. Ele estava internado no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, há mais de 20 dias para tratamento da doença, e teve o quadro de saúde agravado após uma pneumonia.

O corpo chegará ao Recife nesta sexta-feira por volta das 8h e será velado das 11h às 16h, na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). Depois, seguirá para o Cemitério Morada da Paz, em Paulista, onde será cremado.

Ex-presidente nacional do PSDB, Guerra era presidente do Instituto Teotônio Vilela (ITV), órgão de estudos e formação política do PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira), com sede em Brasília. O dirigente do PSD de Pernambuco, André de Paula, deve assumir uma vaga de deputado com a morte de Sérgio Guerra. Ele era filiado pelo DEM quando concorreu nas eleições de 2010, ficando em primeiro suplente de sua coligação (PMDB-PPS-DEM-PMN-PSDB).

Em 2012, o deputado foi internado no Centro de Terapia Intensiva (CTI) do Hospital Santa Joana, no Recife, com infecção intestinal e quadro de desidratação. À época, ele teve um quadro de gastroenterite aguda seguida de desidratação e insuficiência renal. Nesse mesmo período, ele descobriu o câncer, do qual vinha se tratando.

A deputada estadual e secretária-geral do partido em Pernambuco, Terezinha Nunes, lamentou a morte do líder tucano, de quem era muito próxima. “Político hábil, foi, reconhecidamente, um dos maiores presidentes nacional do PSDB e deixa grande lacuna na política nacional e estadual. Nós todos do PSDB sentimentos que perdemos um verdadeiro líder”, afirmou Terezinha.

O deputado estadual Daniel Coelho (PSDB) exaltou a capacidade de articulação do correligionário. “Sérgio tinha capacidade de articular e convergir interesses diversos dentro do partido. Essa capacidade fez com que ele fosse o presidente nacional a mais tempo à frente do partido e fez o PSDB crescer bastante em Pernambuco e no Brasil”, ponderou Coelho.

Repercussão
A presidente Dilma Rousseff se manifestou sobre a morte do ex-dirigente tucano através de uma nota oficial. "Foi com pesar que tomei conhecimento da morte do deputado federal Sérgio Guerra. Aos amigos e familiares, solidarizo-me neste momento de dor."

O governador de Pernambuco e pré-candidato à Presidência da República, Eduardo Campos (PSB), lamentou a morte do aliado, em nota enviada à imprensa. “Fomos colegas de secretariado duas vezes e colegas de Parlamento em três mandatos, compartilhando momentos importantes da vida brasileira, mais próximos em determinadas situações, mais afastados em outras, mas sempre mantendo a capacidade de diálogo e o desejo do entendimento que constrói dias melhores para o País e para o nosso povo”, disse Campos.

O prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), salientou a capacidade política e de gestão de Guerra. “Como secretário de Indústria e Comércio, ele viabilizou o maior aporte de investimentos federais feitos no Porto de Suape até então. Anos depois, como presidente do PSDB, soube exercer sua forte liderança sem nunca fechar as portas para o diálogo com os demais partidos”, comentou Julio.

O senador e pré-candidato ao governo de Pernambuco, Armando Monteiro Neto (PTB) ressaltou a dimensão política de Guerra. “Pernambuco perde um político de dimensão nacional. Sérgio Guerra sempre revelou atributos de liderança e grande capacidade de articulação. Quero neste momento apresentar a toda a sua família a expressão de meu pesar e solidariedade”, afirmou Monteiro Neto.​

O governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), disse em seu Twitter que Sérgio Guerra foi "um político sério, um defensor da democracia e do nosso País. Um grande líder". Ele lembrou que a morte aconteceu no mesmo dia em que faleceu Mário Covas, 13 anos antes. "A boa política perde mais um grande guerreiro", escreveu Richa.

Em nota, o líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), disse que o Brasil perdeu um “grande representante e defensor”. “Sérgio Guerra deu contribuições inestimáveis ao fortalecimento do PSDB, como seu presidente, como coordenador de duas campanhas presidenciais e, mais recentemente, como presidente do ITV (Instituto Teotônio Vilela). Sempre foi um fiel defensor dos princípios democráticos e sempre lutou por um Brasil melhor. Continuará presente entre nós por meio do seu legado, de enorme valor”, disse.

A sessão de debates que estava marcada para as 14h desta quinta-feira na Câmara será encerrada após homenagens ao parlamentar.

Biografia
Severino Sérgio Estelita Guerra nasceu no Recife, em 9 de novembro de 1947. O deputado era economista e pecuarista, e exercia seu quarto mandato de deputado federal, sendo três por legislaturas consecutivas (1991-95, 95-99 e 99-03) e a atual (2011-15). Nesse hiato - entre 2003 e 2011 - teve o mandato de senador. Antes da atuação no Congresso Nacional, o tucano teve dois mandatos de deputado estadual, entre 1983 e 1991.

Iniciou a vida pública no movimento estudantil, durante a Ditadura Militar. Em 1981, Guerra se filiou ao PMDB e no ano seguinte foi eleito deputado estadual. Em 1986, ele foi reeleito pelo PDT. Em 1989, Guerra se filiou ao PSB e assumiu os cargos de secretário estadual de Indústria, Comércio e Turismo e de Ciência e Tecnologia no Governo Miguel Arraes. Em 1999, filiou-se ao PSDB, do qual foi presidente nacional de 2007 a 2013, quando foi substituído pelo senador mineiro Aécio Neves.

Ele deixou dois filhos e duas filhas.

Fonte: Terra



Nenhum comentário:

Postar um comentário

AddThis