Mauriti (CE): Operários mantém greve em canteiro de obras da Transposição

Sem que tenha havido avanços nas negociações entre operários e a empresa Queiroz Galvão, responsável pelas obras do Projeto de Integração do Rio São Francisco, no trecho relativo a Meta 3 Norte, antigo lote 6, em Mauriti, a paralisação dos trabalhadores chega ao seu quarto dia. A greve teve início na última segunda-feira (10), após os operários decidirem paralisar as atividades, alegando estarem sem receber salários desde o mês de dezembro. Os trabalhadores reclamam, ainda, das condições de trabalho oferecidas pela empresa responsável pela obra.

O trecho onde os trabalhos foram paralisados fica localizado no distrito de Umburanas, na divisa entre o Ceará e a Paraíba. Com a greve deflagrada no início da semana, o Projeto de Integração do Rio São Francisco, que possui investimentos na ordem de R$ 8 bilhões, passa a registrar sua terceira paralisação desde que foi iniciado, no ano de 2007. A entrega de toda a obra estava prevista para o final de 2015. No entanto, com a nova greve, a construção do túnel e dos cerca de 43 quilômetros de canal responsável por interligar os estados do Ceará e Paraíba poderá sofrer novos atrasos.

Essa é a terceira ocasião em que as obras sofrem interrupções no trecho do antigo lote 06, em Mauriti. Na última vez em que as obras permaneceram paralisadas, em maio de 2012, foi necessário uma espera de dezoito meses até que houvesse o reinicio dos trabalhos. Naquela ocasião, mais de mil e quinhentos operários foram demitidos gerando déficit a economia do município. O índice de inadimplência cresceu junto às lojas de departamento e eletrodomésticos. Houve redução no número de aluguéis residenciais e comerciais. O setor de alimentos também passou a contabilizar perdas.

Representante do sindicato dos operários, o sindicalista Francisco Evandro Pinheiro informou que a categoria buscou junto ao Ministério Público do Trabalho no Ceará apoio para que o problema pudesse ser solucionado, evitando a continuidade da greve. “A gente solicitou que o Ministério Público agisse na intermediação do conflito entre operários e a empresa. Porém, como não houve sucesso nas negociações, a paralisação vai ser mantida até que todos os problemas sejam solucionados”, observou.

Através da assessoria de comunicação, o Ministério da Integração Nacional, responsável pelo Projeto de Integração do Rio São Francisco, informou que está monitorando a paralisação dos operários e que uma audiência envolvendo representantes da construtora, o sindicato que representa a categoria dos trabalhadores e a Procuradoria Regional do Trabalho da 7ª Região seria realizada ontem com objetivo de sanar as divergências existentes e visando a retomada das atividades no canteiro da Meta 3 Norte. No entanto, em Nota encaminhada pela Procuradoria, o Ministério Público do Trabalho (MPT) informou que não foi contatado pelos representantes dos trabalhadores para que seja feita uma mediação que venha tentar solucionar o conflito.

A Construtora Queiroz Galvão encaminhou Nota à Imprensa informando que a empresa não vai se pronunciar sobre o assunto.

ROBERTO CRISPIM
COLABORADOR

Fonte: Diário do Nordeste


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