Infraestrutura precária permanece sendo maior desafio para as cidades do Cariri

Ruas esburacas, lixo acumulado, insegurança, falta de profissionais para atendimento em postos de saúde, hospitais lotados, ambulâncias sucateadas, transporte urbano deficitário, além de esgoto a céu aberto em diversos bairros da cidade. Os problemas de infraestrutura deste município, mais importante polo de desenvolvimento econômico de toda região do Cariri, continuam a trazer transtorno à população local e são desafios para a máquina pública municipal.

Em novembro do ano passado o Diário do Nordeste publicou matéria relatando as dificuldades que moradores de bairros periféricos da cidade enfrentavam devido ao que eles mesmos chamaram na época, negligência do poder público municipal em relação às carências apontadas. Quase dois meses após a publicação das reclamações, a situação continua praticamente a mesma. Em diversos postos de saúde, não há médicos para atendimento. Quando o profissional está presente, falta dentista ou, então, um profissional da área de enfermagem.

Ambulâncias
Nos hospitais, principalmente no Tasso Jereissati os problemas se acumulam. A unidade médica atende cerca de 500 pacientes por dia. No entanto, há queixas de falta de médicos, carência de medicamentos no ambulatório e dificuldade no uso de ambulâncias. "Para chegar aqui foi preciso tomar um taxi. As ambulâncias ficam paradas ai na frente e eles dizem que não tem carro", reclama o servente de pedreiro Antônio Luis Vieira, que acompanhava o pai para uma consulta, após ter sofrido um escorregão em casa.

Segundo ele, o número de pessoas que procuram o hospital é inúmeras vezes superior a capacidade que a unidade possui para atendimento. "Tem médico, mais e pouco para o número de gente que precisa de atendimento. Quando as filas ficam muito grandes tem gente que acaba indo direto pro Regional", informa Antônio Luis.

Em diversas ruas da cidade não é difícil perceber o esgoto praticamente jorrando a céu aberto. No bairro João Cabral, por exemplo, a população ali residente reclama que diversos apelos já foram feitos à prefeitura no sentido de que o problema seja solucionado.

Conforme ressaltam os moradores, o mau cheiro exalado pelo esgoto prejudica, até mesmo, a alimentação de quem reside na região. "Não tem quem tenha estômago para comer com um cheiro desses. Isso é uma esculhambação. A prefeitura já prometeu resolver o problema umas cem vezes. Até hoje ninguém veio aqui, é só promessa", assevera a dona de casa Maria da Assumpção Vieira. A moradora diz que alguns moradores do bairro acabam ficando doentes por causa da situação. "Tem gente que pisa nessa sujeira e fica doente, com febre e diarreia. Principalmente as crianças que brincam aqui perto e acaba adoecendo também", ressalta.

No bairro Lagoa Seca, área nobre da cidade, as ruas estão esburacadas. O calçamento é irregular e já houve quebra de veículos devido à falta de qualidade da pista de rolamento. Quem frequenta a Praça da La Favorita, como é popularmente conhecido o logradouro, reclama da falta de segurança no local.

Insegurança
"Não há guardas municipais por aqui. Eu, pelo menos, nunca vi", informa o securitário Daniel Queiroz Rolim, que se queixa de já ter sido vitima de assalto na região. "Já me furtaram um relógio e um celular próximo à Praça. Até viaturas da polícia são difíceis de rondar por aqui", garante Daniel.

Em Crato, as reclamações também acontecem. Moradores de áreas mais distantes do centro da cidade, como o bairro Barro Branco, por exemplo, cobram da gestão municipal obras de maior impacto social. Conforme afirmam, o local é deficiente em relação à limpeza pública e em relação ao atendimento no setor de saúde.

O bairro não possui postos de saúde, área para recreação e a maioria das ruas sequer são calçadas. "A gente vive praticamente esquecida. Não tem nada de bom aqui não. Os políticos em ano de eleição prometem mundos e fundos. Depois que as eleições passam eles não dão mais as caras no bairro", reclama o agricultor Cícero Barbosa Freitas. Segundo o morador, quem necessita de tratamento de saúde tem que se deslocar até o posto de saúde do bairro São Miguel ou então à Juazeiro do Norte. "Prometeram construir um posto de saúde aqui já tem uns dois anos e nunca que o posto saiu. Esse ano eles vão voltar pra pedir voto. Aí a gente dá a resposta", severou o morador.

A doméstica Francisca Germano do Nascimento reclama da falta de moradia e diz que já houve, também, promessas realizadas por políticos do município para distribuição de moradias as família carentes. "Foi só o que deu na eleição passada. Prometeram dar casa pra Deus e o mundo. Pergunta se alguém aqui recebeu alguma", provoca.

Fonte: Diário do Nordeste



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