Grevistas de universidades estaduais cobram concurso e diálogo

Em greve desde o fim de outubro de 2013, docentes, funcionários técnico-administrativos e estudantes das universidades estaduais do Ceará reclamam da defasagem de professores, que conforme a categoria é de 789 na Universidade Estadual do Ceará (Uece), Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA) e Universidade Regional do Cariri (Urca).

O grupo, além de cobrar melhorias, reclama da falta de diálogo, já que o governador Cid Gomes, anunciou, em entrevista, que não negocia com profissionais em greve. Entre as reclamações, ainda há críticas, sobretudo, no que diz respeito ao principal ponto de reivindicação: concurso público para professores.

Célio Coutinho, do comando de greve, informa que a defasagem de professores tem inviabilizado o funcionamento normal das três universidades. Só na Uece, situada na Capital, o déficit é de cerca de 300 docentes.

Reivindicação
Com intuito de chamar a atenção da população para a situação, a categoria realizou, no sábado (11), ato performático na Beira-Mar. Vestidos de preto e carregando símbolos com a pauta de reivindicações, cerca de 100 manifestantes fizeram a "caminhada do silêncio".

"É uma forma de expressar a dor pelo estado de precarização das universidades estaduais cearenses, uma vez que os gritos de protesto e agitações justas e indignadas já não podem mais contra a intransigência e postura antidemocrática do chefe do executivo estadual", disse Elda Maciel, presidente do Sindicato dos Docentes da Uece (Sinduece).

Alexandre Costa, professor da Uece, afirma que há um quadro de carência permanente que vem se agravando no governo Cid Gomes pela quase ausência de concurso público. Ele afirma que não existe um só curso que não tenha carência de professores. Com isso, muitas disciplinas obrigatórias e optativas não são ofertadas, fazendo com que o aluno não consiga compor um conjunto de créditos para se formar. "São problemas crônicos em toda a universidade. No Interior, tem o agravante de não ter estrutura para dar aula", frisa.

Já Iorran Aquino, estudante do curso de Ciência Sociais, explica que a grande adesão do corpo estudantil à greve se deve principalmente à falta de professores. "Na psicologia, tem estudantes que não conseguem se formar, porque estão faltando algumas cadeiras. Isso põe em cheque o tripé universitário: ensino, pesquisa e extensão".

Em relação a concurso, o governador disse, em entrevista ao Sistema Verdes Mares na sexta-feira (10), que é preciso discutir quais cursos devem ser abertos e quais devem ser fechados. Ele justifica que não faz sentido ter um curso da universidade federal com 40 vagas em um município e o mesmo em uma unidade estadual com 8,6 alunos.

LUANA LIMA
REPÓRTER 

Fonte: Diário do Nordeste



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