Ministro visita obras da transposição do rio São Francisco

O ministro da Integração Nacional, Francisco Teixeira, sobrevoou na manhã de ontem o trecho da Meta 2N (Norte) das obras da Transposição do Rio São Francisco, neste município. No local, operários trabalham na desobstrução de pontos atingidos pelas chuvas que têm caído na cidade. Em alguns locais, inclusive, pontos de alagamento impedem a passagem de veículos de pequeno porte. Máquinas e tratores estão sendo deslocados para estas regiões para que o trabalho de nivelamento seja feito em caráter de urgência.

Após a conclusão dos serviços de desobstrução dos trechos atingidos pelas chuvas, todos os trabalhos serão interrompidos no local, devido ao recesso de final de ano. Os operários só deverão retornar aos canteiros da obra no próximo dia 5 de janeiro.

A vistoria técnica realizada por Francisco Teixeira teve início na quinta-feira, quando ele esteve no trecho do empreendimento que passa pelos municípios de Sertânia e Custódia, em Pernambuco. Ontem, também foram realizadas vistorias nos antigos lotes 3 e 4, em Salgueiro.

O trecho relacionado à Meta 2N é o que mais apresenta atrasos no cronograma da obra. Em agosto deste ano, conforme o Diário do Nordeste informou, a área foi beneficiada com nova ordem de serviço assinada pelo Ministério da Integração Nacional para liberação de investimentos orçados em R$ 442,7 milhões. Os recursos foram destinados para construção de novos reservatórios nos municípios de Jati e Brejo Santo. De acordo com o ministério, serão construídas três barragens nestes dois municípios.

Além dos atrasos em Jati e Brejo Santo, no município de Mauriti, nas obras do antigo lote 6, hoje Meta 3N, os trabalhos permaneceram paralisados por cerca de quinze meses. Cerca de mil operários foram dispensados na ocasião.

Desemprego
Devido o crescimento do índice de desemprego na cidade, as vendas efetuadas pelo comércio despencaram no município, gerando, inclusive, o fechamento de pousadas, bares, restaurantes, lojas de vestuário e de alimentos. Atualmente, no entanto, menos de um mês do reinício das obras, já há quem esteja ampliando seus negócios ou, ainda, abrindo novos empreendimentos. Equipamentos como cafeterias, chooperias, pousadas, churrascarias, farmácias, lojas de calçados e vestuários e pequenos comércios de alimentos, começam a fazer parte do novo cotidiano da cidade.

Em Jati, a obra da transposição também permaneceu paralisada durante meses. No início de fevereiro, no entanto, o governo federal autorizou a retomada dos trabalhos nos canteiros da transposição. O reservatório de Jati será o primeiro a receber as águas do São Francisco, após conclusão da obra que deveria ter sido entregue no final do ano passado. O prazo, segundo o Ministério da Integração, foi ampliado em mais três anos e os gastos com o projeto da transposição cresceu cerca de 80%.

O projeto inicial previa investimentos na ordem de R$ 4 bilhões. Já foram gastos, no entanto, mais de R$ 8 bilhões em toda a obra. Cerca de 400 pessoas deste município trabalham no local. Segundo a prefeita da cidade, Maria de Jesus Diniz Nogueira, a abertura de novos postos de trabalho fez com que o índice de vendas registrado pelo comércio da cidade fosse ampliado. “O aquecimento na economia do município é visível após a retomada das obras da transposição”, afirma.

Segundo a prefeita, o projeto de transposição, embora ainda não esteja efetivado, já oportuniza importantes conquistas para a cidade. “Muitas pessoas se mudaram para Jati por causa da obra. Alguns em busca de emprego, de ofertas de trabalho. Outros trouxeram estabelecimentos comerciais gerando, também, novas oportunidades”, comemora a prefeita.

Ela afirma que com a perenização das águas no município, também será possível diminuir o êxodo de cidadãos que partem à procura de outras regiões. “A região sofre muito devido aos períodos de seca e de estiagem. Com água perene será possível ampliar a produção de gêneros agrícolas, através do uso de sistemas de irrigação, garantindo a permanência da população no campo e gerando renda aos agricultores”, avalia.

Ela também acredita que após a conclusão das obras da transposição, haverá condições de se desenvolver o trade turístico na cidade. “Como o volume de água será muito grande, não pode ser descartada a possibilidade da construção de balneários, pela iniciativa privada, o que garantiria, também, o aumento no número de visitantes ao nosso município”, concluiu.

Mais informações
Prefeitura Municipal de Jati
Rua Carmelita Guimarães, 02
Centro
Telefone (88) 3575.1188
Região do Cariri

ROBERTO CRISPIM
COLABORADOR

Fonte: Diário do Nordeste



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