Juazeiro do Norte (CE): Via precária causa transtornos

Moradores reclamam de falta de infraestrutura em rua que liga os bairros Aeroporto e Pedrinhas. No local, a população não dispõe de calçamento, serviço de coleta de lixo, metade da rua não tem iluminação pública e, para dificultar ainda mais a vida dos moradores, possui três nomes diferentes. Cansados de conviver com tantos problemas, a população pede mais uma vez ao poder público que solucione os problemas que afligem a comunidade.

Metade da rua não possui energia elétrica. Com isso, alguns moradores fazem uso de ligações clandestinas. A dona de casa Andressa Alana Pereira confidenciou que já foram feitas várias solicitações à Coelce, empresa responsável pelo abastecimento de energia, mas que até o momento não foram atendidos. "Nós já pedimos várias vezes para a Coelce colocar energia e nada", diz Andressa.

A vizinha de Andressa, que não quis se identificar, fala das dificuldades que encontra para conviver sem energia. "Os meninos querem assistir televisão. Com um calor desses a gente precisa ligar um ventilador. Como fazer isso se não tem energia? O jeito que tem é fazer gato mesmo", desabafa a moradora.

Outro morador, residente no local há quatro anos e que também pede para que não seja identificado, conta que ele mesmo já fez mais de cinco ligações clandestinas para não ver o sofrimento da população. "Quase toda semana a Coelce interrompe o fornecimento da energia. Eles cortam e a gente liga de novo porque não tem condições da população ficar sem energia. A gente só faz gato porque eles não colocam energia. Se tivesse, a gente pagava tudo direitinho e não precisava fazer gambiarra," ressalta o morador.

Solicitações
De acordo com a dona de casa, Cíntia Feitosa, várias solicitações já foram encaminhadas à Coelce e à Prefeitura. "Já fizemos mais de cinco abaixoassinado e nada do problema ser resolvido", diz Cíntia.

A falta de calçamento dificulta a vida dos moradores. A dona de casa Maria Socorro do Nascimento tem três filhos pequenos. Ela diz que, por conta da falta de calçamento, a rua é tomada de areia prejudicando a saúde dela e dos seus filhos.

"Com essa poeira, a gente fica doente. Fazem cinco dias que eu estou com o corpo doendo", relata Maria. A situação no local é tão complicada que por muitas vezes impede que os moradores recebam visitas.

"O pessoal que tem coragem de visitar a gente, muitas vezes fica atolado. Aqui só passa moto, e assim mesmo as vezes cai", desabafa a dona de casa Cícera Maria Pereira da Silva.

Seu José Damião de Oliveira, pedreiro, que mora na rua há mais de dois anos, conta como se sente com a situação. "Eu fico triste vendo meus vizinhos adoecerem e terem que descer gritando de dor até o final da rua para pegar um carro e ir ao médico. Quando chove a situação piora, não tem como sair de casa", conta com tristeza.

Por conta do acesso, o carro que faz a coleta do lixo não passa no local. A dona de casa Aline dos Santos diz qual é a solução encontrada. "Como não passa carro do lixo, o jeito que tem é queimar mesmo, a gente sabe que não é o certo, mas chega um momento que tem tanto lixo que a solução é queimar", declara Aline.

Nomes
Para completar a situação, a rua ainda possui três nomes diferentes. Na placa que fica no início da rua aparece o nome João Crispim. Na conta de água, Rua Projetada Dois e no papel de solicitação de energia o local recebe o nome de Monte Manoel Simões Moura.

De acordo com os moradores, a dificuldade em saber o nome certo da rua prejudica na hora de realizar compras no comércio. "A gente vai comprar nas lojas e, quando alguém pergunta o nome do logradouro, a gente diz os três nomes. Aí eles pensam que a gente quer enrolar. Aqui é tudo difícil. Eu só não mudo para outro local porque a minha casa é própria", conclui Aline.

Com relação às reclamações dos moradores referentes à falta de iluminação no local, a Coelce informou que não pode colocar poste e realizar a distribuição de energia elétrica porque o local não tem calçamento.

A Coelce informou ainda que o furto de energia elétrica, além de crime previsto no Código Penal Brasileiro, pode causar graves acidentes, como choques elétricos e incêndios, além de comprometer a rede elétrica e a segurança da população.

Para combater as perdas e o furto de energia, a Coelce implementa uma série de ações que vão desde a intensificação das inspeções até a utilização de novas tecnologias anti-furto.

Sobre a falta de calçamento no local, o secretário de infraestrutura de Juazeiro do Norte, Aquiro Menezes, informou que foi assinado o contrato com a empresa que venceu a licitação para realizar serviços de tapa-buracos e pequenas pavimentações. Segundo ele, o corredor receberá calçamento. Ele só não soube informar o prazo de realização da obra.

Mais informações
Coelce
Rua São José, 170 - Centro
Telefone: (88) 3566.2225
Atendimento das 8h às 12h e de 14h às 18h 

SAMYLLA ALVES
COLABORADORA

Fonte: Diário do Nordeste



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