RMC apresenta problemas estruturais

A Região Metropolitana do Cariri (RMC) foi criada pela Lei Complementar Estadual 78, sancionada em junho de 2009. Surgiu a partir da interligação entre os municípios de Juazeiro do Norte, Crato e Barbalha, denominada Crajubar. Somando-se a eles, foram incluídas as cidades limítrofes: Caririaçu, Missão Velha, Farias Brito, Jardim, Nova Olinda e Santana do Cariri. Tem como área de influência a região Sul do Ceará e a região da divisa entre o Ceará e Pernambuco.

O município do Crato é o maior em área, com 1.009,202 km². Juazeiro do Norte é o menor município, com 248,558 km², e também o mais populoso, com cerca de 250 mil habitantes. Nova Olinda é o de menor população, apenas 14.256 habitantes. Há uma grande disparidade em termos de densidade populacional entre os maiores e menores, e as condições de desenvolvimento econômico.

Com isso, o Cariri já se torna algo a ser pensado, do ponto de vista técnico, diante do processo de diferenciação existente entre as cidades que compõem a Região Metropolitana, segundo Tânia Bacelar. Ela destaca, do ponto de vista histórico, todo o processo de crescimento desigual das grandes metrópoles do Brasil, em que de um lado há os benefícios voltados para melhores condições e de outro as favelas, com serviços precários, o que tem sido comum nas grandes metrópoles brasileiras, que não passaram por um processo de planejamento. Ainda ressalta a necessidade de haver a condição preliminar desse pensar a região ainda no início de todo o processo, com questões, a exemplo da acessibilidade, além das cidades que estão mais afastadas, para que não haja um crescimento desordenado.

A metropolização, segundo a economista, acontece com um expressivo adensamento populacional, e é o que vem acontecendo com o Cariri. “Essas pessoas se adensam a partir da dinâmica e diversificação da economia” diz. Para Tânia, essa tendência pode ser associada à expansão física e a intensificação dos fluxos e a integração das cidades. Para se aplicar esse conceito de metrópole, conforme destaca, no Cariri ainda faltam algumas condições. Enquanto isso, cidades como Missão Velha, conta com 45% e Jardim com 33%. São cidades, em sua maioria, que têm como fator de desenvolvimento a agricultura de subsistência. “As diferenças precisam ser pensadas. A gestão metropolitana tem que ter estrutura que dê conta da sua heterogeneidade. Tem que incluir o interesse dos mais fracos e produtos estratégicos comuns”, argumenta.

Para o prefeito de Barbalha, José Leite, é preciso pensar grande e de forma conjunta. Lembra que há um projeto de construir um sistema de transporte que atenda aos três municípios, interligados com tarifa única. Está sendo encaminhado para a Secretaria das Cidades. Tem projetos maiores como o aterro consorciado, que abrange todos os municípios da RMC. “Temos que pensar e agir mais como uma região metropolitana, principalmente as cidades de Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha, que já vivem praticamente sem limites, e todos eles é praticamente uma cidade só”, diz.

Fonte: Diário do Nordeste



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