Revitalização da indústria da cana no Cariri é esperada para 2014

A agroindústria poderá ganhar força nos próximos anos, com a reativação do setor canavieiro no Cariri. É um dos que mais contribuiu para o desenvolvimento econômico regional. A expectativa atual é que um novo ciclo da cana se refaça, a depender de incentivos do governo do Estado e novos investidores no setor. Os donos de engenho da região - que ainda resistem, com pequenas áreas de plantio para manter a demanda de fabricação de produtos como a rapadura, e um comércio com menor força que em períodos anteriores - estão esperançosos quanto à nova perspectiva de funcionamento.

Outros preferem esperar mais um pouco para ver se compensa investir num novo momento. São poucos que resistem ao tempo em relação há décadas anteriores, na manutenção dos engenhos. De 36 da última década, restam apenas quatro, funcionando de forma precária, na cidade de Barbalha.

Rudimentar
Apesar do saudosismo dos velhos engenhos, até movidos a estruturas rudimentares de madeira, a esperança se refaz no setor, com vista à modernidade que englobe novas tecnologias, e empregue muito mais o apoio das máquinas à força manual que movia a economia regional. A presença dos engenhos era comum em cidades como Crato, Barbalha, Missão Velha e Jardim, onde estava a maior parte desses espaços manufatureiros. Em Juazeiro do Norte, que não tem tradição na produção da cana, também havia 32 engenhos na década de 50, conforme o historiador J. de Figueiredo Filho. Produzia-se da rapadura à típica cachaça do brejo.

Alguns lamentam a mudança dos tempos, e outros compreendem o momento em que o Cariri passa. Para o dono de engenho Antônio Sampaio, que já chegou a vender um engenho centenário e colocar o gado dentro de boa parte das terras onde era cultivada a cana, ainda falta muito incentivo. Ele considera que neste momento o auxílio, com novas tecnologias, é de fundamental importância para se acreditar num novo impulso para o setor, que teve tanta representatividade ao longo de anos.

Desde que a Usina Manoel Costa Filho foi leiloada para o Estado, em junho deste ano, que há uma discussão em torno das condições que se têm, inclusive terras para plantio e água voltada à irrigação das novas áreas de produção.

Segundo levantamento feito pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (Ematerce), os locais disponíveis para o cultivo, em cidades da região, e que darão condições necessárias para manter a usina, englobam 8.500 hectares. O levantamento foi feito, segundo a chefe do escritório regional, Elcileide Mendonça, por técnicos da empresa diante da perspectiva de instalação da usina.

Cultivo
Os produtores ainda continuam aguardando o aceno do governo estadual para ver quais as novas possibilidades de financiamento, principalmente, para manter essas áreas de cultivo. Para muitos pode até nem compensar, mas vale a pena tentar. O produtor Antônio Sampaio diz que a resistência é por continuar a trajetória, mesmo com tantos anos dedicados à cultura da cana e produção da rapadura. Ele mantém um engenho no sítio Venha Ver, em Barbalha.

ELIZÂNGELA SANTOS
REPÓRTER

Fonte: Diário do Nordeste



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