Crato (CE): Professores deflagram greve na Urca

Professores da Universidade Regional do Cariri (Urca) decidiram entrar em greve por tempo indeterminado na noite de ontem após assembleia realizada pela categoria no salão de atos da universidade, localizado no campus do Pimenta, neste município. Após duas horas de deliberações, 130 professores votaram pela deflagração da paralisação. Foram contabilizados 50 votos contrários e nove abstenções.

Um telão foi instalado no saguão externo do auditório para que alunos pudessem acompanhar as discussões. Os grevistas reivindicam as convocações e nomeações dos professores aprovados no último concurso, realização imediata de concurso público para o cargo de professor efetivo, regulamentação do Plano de Cargos, Carreira e Vencimentos, destinação orçamentária constitucional, na forma percentual das receitas tributárias, às universidades estaduais cearenses, equiparação salarial dos professores substitutos com os efetivos, política de assistência estudantil e, ainda, a realização de concurso para servidores técnico-administrativos.

“A base está bastante consciente de todas as reivindicações que foram apresentadas à reitoria da universidade. Desde a semana passada, quando o professorado havia aprovado o indicativo do estado de greve, nós já iniciávamos a abertura do canal de diálogo tanto à reitoria como para o próprio governo do estado” informa o professor Thiago Chagas Oliveira, que preside a Seção Sindical dos Docentes da Urca (Sindurca).

Conforme afirma, a partir de agora, o professorado da Universidade Regional do Cariri passa a somar apoio aos colegas professores da Universidade Estadual do Ceará (UECE) e Universidade Vale do Acaraú (UVA), que decidiram paralisar as atividades desde o dia 29 de Outubro.

A decisão de paralisar as aulas dividiu os estudantes. Grande parte não apoia a decisão do professorado. A maioria dos que resistem em apoiar a greve estão matriculados no curso de Direito da universidade.

Para o estudante Denimarques de Souza Barros faltou diálogo entre grevistas e a reitoria da Urca. “Creio que havia outros meios de reivindicar melhorias à universidade. O estado de greve vai gerar muito mais prejuízo aos alunos do que benefícios ao professorado e a própria estrutura do estabelecimento de ensino”, avalia.

A aluna Mary Coelly Gomes, também do curso de Direito, é outra que não concorda com a paralisação das aulas devido a greve dos professores. “Vai prejudicar todo o período. Não há necessidade de greve hoje, tão pouco amanhã. Esse ato vai prejudicar, e muito o nosso tempo de formação”, enfatiza a estudante.

Por outro lado, alunos que fazem parte do movimento que ocupa a reitoria da universidade desde a semana passada comemoram a deflagração da greve. Uma pauta de reivindicações elaborada pelos alunos também foi apresentada a reitora da universidade, professora Otonite Cortez.

No documento, os alunos apresentam uma série de exigências. Dentre as quais: construção e reforma de blocos e salas, aquisição de materiais necessários à realização de atividades curriculares, construção de auditório para apresentação de eventos de médio e grande porte, construção de restaurante universitário no campus de Juazeiro do Norte, reforma na rede elétrica e instalação de sistema de ar refrigerado em todas as salas.

A estudante do curso de Ciências Sociais Deausy Carla Vidal, que apoia a greve dos docentes, diz que o movimento é fundamental para que melhorias possam acontecer nos campi da Urca. “Há uma defasagem enorme em relação a infraestrutura da universidade. Existem cursos que não possuem, sequer, sala de aula para que os alunos possam estudar. A paralisação não possuí possuí a finalidade de prejudicar ou denegrir a imagem de ninguém. O que nós queremos, através do apoio ao movimento encabeçado pelos professores, é que haja melhorias que beneficiem a todos nós que estudamos na Urca”, severa a estudante.

Fonte: Diário do Nordeste



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