Crato (CE): Alemães prestam serviços voluntários

Alemães realizam parceria com entidade do município de Crato, o Projeto Nova Vida, para beneficiar milhares de famílias da comunidade do Gesso há vários anos. Um dos trabalhos que vem sendo desenvolvidos, com turmas que se revezam para atender outras localidades da cidade, é o de cirurgiões e dentistas que dedicam parte do seu tempo todos os anos, para realizar diversos tipos de tratamento no âmbito da saúde bucal em várias partes do Brasil.

Um velho e raro trailer adaptado, adquirido na segunda guerra mundial, com apenas três exemplares, é o ponto de recepção daqueles que necessitam de algum tipo de procedimento, por meio da ação.

A meta é atender até o mês de janeiro mais de 2 mil pessoas, principalmente das comunidades de Ponta da Serra, sítio Lagoinha, Palmeirinha, e Malhada, além dos moradores próximos da área do lixão, dentre outras comunidades adjacentes. Ano passado, foram cerca de 1.500 atendimentos.

Parceria
Para o coordenador do projeto Nova Vida, Hermano José de Sousa, em Crato, a parceria se estende, com o apoio da Secretaria e Saúde do Município. Ele disse que o trabalho neste ano teve um ganho a mais, com a instalação de um consultório dentário na sede do projeto, em Crato. Toda a comunidade do entorno da comunidade do Gesso, uma área de vulnerabilidade social, e antigo gueto de prostituição da cidade, terá o atendimento gratuito.

São 16 dentistas que até janeiro estarão realizando os atendimentos. Os trabalhos foram iniciados em outubro deste ano. Segundo o cirurgião alemão, Gerd Pfeffer, vice-presidente da AZB Plus, o intuito desse trabalho é justamente dar oportunidade às pessoas de obterem um tratamento, mas além disso, proporcionar aos profissionais da própria região, um exemplo de que um trabalho conjunto pode ser feito em prol da comunidade local.

Segundo Hermano, essas ações também se multiplicam, já que ao instalar o consultório em Crato, no bairro São Miguel, onde funciona o projeto, outros profissionais já estão se predispondo, como voluntários, de atender as comunidades.

Meta
Para Gerd, a meta é chegar a pelo menos 3 mil atendimentos, com procedimentos que vão desde extrações, tratamento periodontal, dentística, profilaxia, limpeza e endodontia Há 25 anos, que o grupo de voluntários da Alemanha vem ao Brasil realizar ações de beneficências nas comunidades. Para o coordenador, esse momento tem sido de avaliação em relação à continuidade dos trabalhos no Brasil, por haver uma melhora no âmbito dos serviços sociais de atendimento à população. Segundo ele, há países com maior necessidade, como a África. Em localidades como a Somália, há o intuito de estender as ações, e por isso, durante assembleia a ser realizada esse ano, a decisão deverá estar sendo firmada.

A entidade alemã é autônoma e foi fundada por quatro cirurgiões. Começou a atuar no Brasil na periferia de estados como o Mato Grosso. Depois passou a atender em estados como a Amazônia, Goiás, Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, e no Ceará. Durante o período em que realiza ações pelo Crato, já são mais de seis mil procedimentos efetuados. Gerd Foi professor da Universidade de São Paulo (USP).

Diferenciado
Gerd diz que sempre teve a vontade de poder fazer algo diferenciado, que pudesse reverter em benefício das pessoas que não tinham acesso aos atendimentos. Foi em busca dos amigos alemães e consegui unir um grupo em torno de um mesmo ideal. Se embrenhou numa favela de Cuiabá, com os seus colegas, e juntos conseguiram adaptar um prédio para os atendimentos. Para Hermano, que conseguiu realizar o contato com os alemães, essa é uma grande conquista que merece um reconhecimento, já que tantas pessoas são beneficiadas com as ações. Um deles, o aposentado Francisco Alves Pereira, do sítio Lagoinha.

Entre uma extração e a forma de comunicação do dentista alemão com a assistente, ele ficou admirado, ao ver o bom entendimento de ambos, especialmente em prol de uma ação voluntária. O aposentado deveria vir ao centro da cidade para realizar o procedimento, que conseguiu, de uma forma simples, e na porta de casa, praticamente.

Fonte: Diário do Nordeste



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