Expectativa de vida do cearense tem aumento de 13,44 anos

A expectativa de vida do cearense cresceu 13,44 anos entre 1980 e 2010. O crescimento entre as mulheres ficou em 14,38 anos, enquanto entre os homens a elevação atingiu 12,48 anos. No mesmo período, na comparação com o restante do Brasil, o Ceará foi o 5º estado que apresentou maior aumento, perdendo para Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas.

Os dados são da pesquisa Tábuas de Mortalidade 2010 - Brasil, Grandes Regiões e Unidades da Federação, divulgada, ontem, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em 1980, o cearense tinha uma das taxas mais baixas do País (58,96 anos). No período de 30 anos, houve a elevação e, em 2010, atingiu 72,40 anos. De acordo com o IBGE, o crescimento foi decorrente, principalmente, do aumento de 14,38 anos na expectativa de vida das mulheres, que passou de 62,02 anos em 1980 para 76,40, em 2010.

O avanço no Ceará segue a tendência registrada no Nordeste, que teve um crescimento de 12,95 anos nesse mesmo período. O aumento da expectativa de vida do cearense ainda foi maior do que a média brasileira, de 11,24 anos.

A pesquisa mostra também que a maior esperança de vida ocorre em Santa Catarina (76,8 anos), Distrito Federal (76,2 anos), São Paulo (76 anos), Rio Grande do Sul (75,9 anos) e Espírito Santo (75,6 anos).

Segundo o gerente de Componentes de Dinâmica Demográfica do IBGE, Fernando Albuquerque, o Nordeste representava, em 1980, a região com menor índice de expectativa de vida. Para ele, aplicação mais eficaz de programas sociais e de projetos de distribuição de renda favoreceram o crescimento da taxa da região.

"Todos os programas geraram impacto positivo na região: houve aumento na qualidade de atendimento de pré-natal, transferência de renda propiciada pelo Bolsa Família e melhor instrução. O Programa Saúde da Família não atinge só a mortalidade inicial, mas todas as faixas de idade. São programas importantes que representam forte impacto na redução da mortalidade. Há um aumento maior da expectativa de vida no Nordeste", explicou Albuquerque. Na análise por Estados, os piores resultados apresentados ocorrem no Maranhão (68,7 anos), Alagoas (69,2 anos), Piauí (69,8 anos), Roraima (69,9 anos) e Rondônia (70,3 anos).

"São regiões com baixo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), onde o acesso à saúde é mais complexo. São Estados que precisam mais urgentemente de investimentos em saúde pública", afirma Albuquerque. Outro problema, cita o gerente, é a baixa escolaridade.

Resultados
Apesar do aumento da expectativa de vida, o Nordeste tem um dos piores resultados entre as regiões do País (71,2 anos em 2010), atrás apenas da Norte (70,8 anos). No Brasil, a expectativa de vida passou de 62,5 anos, em 1980, para 73,8 anos em 2010 - acréscimo de 11 anos, dois meses e 27 dias no período.

Outra modificação importante se deu no cálculo da esperança de vida aos 60 anos. Em 1980, quem atingisse essa idade no País poderia esperar viver mais 16 anos, quatro meses e seis dias; em 2010, essa sobrevida se alargara para 21 anos, sete meses e seis dias, mais quatro anos, oito meses e 15 dias.

A sobremortalidade masculina em relação à feminina (probabilidade de um homem morrer em relação a uma mulher) continuou marcante em 2010, tendo aumentado em relação ao ano de 1980.

"Atinge o máximo no grupo de 20 a 24 anos, onde a probabilidade de um homem de 20 anos não atingir os 25 anos é 4,4 vezes, maior do que esta mesma probabilidade para a população feminina", analisa o estudo.

Fonte: Diário do Nordeste



AddThis