UFC: Futuro de Anderson Silva vira dúvida após derrota

O que pouquíssimos acreditavam ser possível ocorreu na noite do último sábado, em Las Vegas, Estados Unidos. Anderson Silva foi nocauteado pelo americano Chris Weidman e perdeu o cinturão dos médios do UFC. A derrota pôs fim a um reinado de quase sete anos na categoria.

"Eu não sou invencível. Não sou imbatível. O melhor do mundo como muitos falavam. Todo mundo viu que isso não existe. Ele foi melhor. Foi um nocaute normal. Entrou para a história. Claro que eu queria ter vencido para o Brasil. Mas, infelizmente, nenhum campeão é para sempre", disse o ´Spider´, ao sair do octógono, ressaltando que a única coisa que desejava era voltar para casa e rever seus familiares.

Anderson ainda especulou uma provável aposentadoria. "Talvez isso aconteça, mas só penso em ir para casa agora. Mas não luto mais pelo cinturão", revelou o atleta brasileiro.

O melhor lutador pound for pound (melhor em todas as categorias) foi derrotado no segundo round após baixar a guarda de forma perigosa várias vezes durante o combate, e ser surpreendido com um cruzado de esquerda no queixo.

Fim contestado
Após o UFC 162, Dana White, presidente do Ultimate, avaliou que o lutador norte-americano não caiu na provocação do brasileiro e chocou o mundo como havia prometido.

Ele sinalizou que haverá uma segunda edição do combate Anderson Silva x Chris Weidman. "Anderson fala muitas coisas publicamente que não podem ser consideradas. Eu garanto a você que não há nada no mundo que o Anderson queira mais do que essa revanche neste momento", ratificou o dirigente. Depois, na coletiva, ele disse que respeita o tempo de dois ou três meses de Anderson Silva para pensar nessa possibilidade de voltar a lutar pelo cinturão.

Para o novo campeão, a sensação de tirar o cinturão daquele que é considerado o melhor lutador por muitos de todos os tempos é "fantástica". "Me sinto incrível com isso. Eu achei que ele não deveria brincar comigo. Mas nós temos de respeitar Anderson Silva", comentou.

Contrariando as impressões gerais sobre o combate, o ´All American´ também contou que não se sentiu desrespeitado em momento algum durante o combate. "A gente já contava com esse comportamento dele. Simplesmente me concentrei e parti para o nocaute", concluiu.

Anderson Silva vinha de 17 vitórias seguidas no UFC. Sua última derrota havia sido em 2006, para o japonês Yushin Okami, quando foi desclassificado por um chute ilegal.

Em 2011, no Rio de Janeiro, Anderson teve uma revanche e nocauteou Okami no segundo round da luta.

Imitação de Ali terminou em revés
Anderson Silva perdeu o cinturão dos médios do UFC para o americano Chris Weidman, a 1min18s do segundo assalto, em Las Vegas. Em uma luta em que Anderson duplicou muito das táticas usadas pelo ex-campeão dos pesados no boxe Muhammad Ali, como abaixar os braços, chamar o adversário e, em determinado momento, até "dançou" como o adversário.

Porém, ao fingir que havia "sentido" um golpe, acabou recebendo um certeiro gancho de esquerda e foi à lona. Weidman conectou com mais alguns golpes, e o árbitro Herbie Dean interrompeu o combate.

Curiosamente, Weidman havia afirmado ao jornal "Folha de S.Paulo" que gostaria de repetir o feito de Leon Spinks, que com apenas sete lutas no cartel, destronou Ali, ídolo de Anderson e que já era um mito à época, também em Las Vegas. "Quero chocar o mundo como ele (Leon)", comparou o norte-americano.

Logo após o combate, Vitor Belfort já postava em seu twitter que gostaria de ter uma revanche com Anderson, que o nocauteou com um impressionante chute no rosto.

Sem provocação
Anderson afirmou que não estava se vangloriando sobre o adversário quando abaixou a guarda, chamou o rival para atacá-lo e falou com o desafiante.

"Estava apenas tentando induzi-lo a fazer o que eu precisava que ele fizesse. Não estava me vangloriando", explicou. O rival concordou.

"Ele (Anderson) não queria aparecer. Estava tentando trabalhar meu lado psicológico. Mas ignorei e apenas me mantive pressionando", disse Weidman.

ILO SANTIAGO JR.
REPÓRTER 

Fonte: Diário do Nordeste



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