Quem colocou R$ 5 mil na OGX em 2010 agora tem R$ 90

Tinha aquela brincadeira do Domingo no Parque: você ficava numa cabine, com fones de ouvido, para não ouvir nada. E o Silvio Santos, lá fora, perguntava: “Má oê, quer trocar essa bicicleta por um palito de fósforo?”

“Siiiiim!”

Foi basicamente o que aconteceu com quem comprou ações da OGX, a maior empresa do Eike Batista.

O auge do preço foi em 13 de outubro de 2010. Cada ação custava R$ 23,32. Agora, enquanto este texto é escrito, elas estão em R$ 0,40. Queda de 98,2%.

Ou seja: quem colocou R$ 5 mil em ações da OGX naquele dia e nunca vendeu está com R$ 90 agora.

Na poupança, os mesmos R$ 5 mil teriam virado R$ 5.967. Não é grande coisa: só paga a inflação que teve de lá para cá. Mas foi infinitamente melhor do que ter apostado na petroleira do Eike.

A OGX começou a cair forte no começo deste ano, quando ficou público que os primeiros (e até agora únicos) poços dela estavam produzindo 75% menos petróleo do que o esperado. Mas a pá de cal só veio mesmo nesta semana: a OGX anunciou que esses poços devem secar até 2014.  Pior: as dívidas da empresa estão estimadas em algo entre R$ 10 bilhões e R$ 14 bilhões. Dinheiro, que é bom, não entra: 2012 fechou com um prejuízo de R$ 1,2 bilhão.

Resultado: a perspectiva de fazer caixa foi para o fundo do poço. E a coisa ficou preta.

De quebra, a derrocada da OGX tragou as outras empresas X, já que cada uma delas depende em algum grau de outras companhias do grupo – e a OGX sempre foi o carro- chefe, a eleita para ser a grande fonte de dinheiro para o resto do conglomerado.

Bom, o Eikômetro aqui dá uma ideia desse efeito dominó. Olha só:
Seja qual for o destino dessas empresas, uma coisa é fato: o ocaso das ações delas já pode ser visto como uma das maiores bolhas especulativas da história da humanidade. Desgraça à parte, é sempre bom ver a história sendo escrita na nossa frente – até para quem perdeu dinheiro nessa história, como eu.

Fonte: Superinteressante



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