Crato (CE): Feira Feminista gera emprego e renda

A primeira Feira de Economia Feminista Solidária do Estado será realizada a partir de amanhã até o dia 7, nesta cidade, com a participação de mulheres de cinco localidades, do projeto Artesãs da Paz. O trabalho vem sendo desenvolvido há cerca de dois anos, com capacitações e ações na área de empreendedorismo. Cada município conta com a participação de 20 integrantes, que trabalham com matéria-prima característica de suas localidades.

Amanhã, será realizado seminário com as participantes, que virão de cada município, e somente no sábado pela manhã, será aberta oficialmente a feira, com produtos artesanais e artísticos produzidos pelas integrantes do projeto.

O projeto vem sendo desenvolvido por meio da Casa Lilás, com apoio da Petrobras. O evento contará com apresentações artísticas, no Largo da Rffsa, Centro Cultural do Araripe.

Segundo a coordenadora do projeto, Bia Luna, o projeto Artesãs da Paz visa à construção da cidadania plena das mulheres, com melhoria da qualidade de vida em comunidades dos Municípios do Cariri e Centro-Sul do Estado do Ceará. Conforme ela, o projeto nasceu com a finalidade de atuar em áreas inseridas em contextos de vulnerabilidade econômica e social, além de inserir mulheres de grupos produtivos formais e informais.

Integração
A meta é integrar as mulheres na vida produtiva, por meio de uma linha sistematizada de atividades, na geração de renda e oportunidade de trabalho. Para a Casa Lilás, esse projeto representa uma oportunidade ímpar de contribuir efetivamente para o fortalecimento das mulheres, e assim, semear novas sementes na construção de uma sociedade mais justa, sem discriminação nem opressão contra as mulheres. O Projeto Artesãs da Paz conta com mulheres das localidades de Crato, Juazeiro do Norte, Barbalha, Caririaçu e Várzea Alegre. As artesãs passaram por todo um processo de formação, capacitação e qualificação de trabalho, de acordo com as vocações de cada área no projeto.

Em Crato e Barbalha, houve o aproveitamento das frutas típicas da região como o pequi, coco babaçu e maracujá, além da produção da polpa de outras frutas nativas da Chapada do Araripe. Em Caririaçu, com a palha do milho e do sisal, utilizadas como matérias-primas para o artesanato, trabalho já desenvolvido por grupos de mulheres locais. No Juazeiro do Norte, o artesanato, especialmente o da palha de carnaúba e milho, e a xilogravura. Já no Centro-Sul, em Várzea Alegre, foram incluídos a confecção de redes e o bordado.

"Com o desenvolvimento desse projeto, um novo aprendizado para a maioria das mulheres. A cooperação, o associativismo, e uma forma renovada de encarar a realidade diante do mercado", diz a diretora da Casa Lilás, Lourdes Góes. Para ela, as Artesãs da Paz marcam um novo momento, diante do quadro de vulnerabilidade social e econômica que grande parte das mulheres ainda vive. A formação durante os últimos dois anos, se deu nas temáticas de identidade, gênero, saúde sexual e reprodutiva e violência contra a mulher.

Além disso, a Casa Lilás trouxe mais apoio para a organização produtiva e a emancipação econômica das mulheres participantes do projeto, com o incentivo à participação dos grupos nos mercados locais, regionais, nacional e internacional.

De acordo com Lourdes, a Feira é o exemplar de uma ação autônoma das mulheres, resultante do projeto Artesãs da Paz, com os mais variados produtos artesanais e artísticos, exemplo de um potencial de fomento à economia popular e solidária, no âmbito dos cinco municípios participantes do Projeto.

Para a presidente da Associação de Mulheres Rurais do Sítio Macaúba, Nelma Sales, há mais de oito anos que as integrantes da entidade atuam com o projeto voltado para extração do óleo do coco babaçu. Mas o trabalho vem de longe, desde 1991 quando a associação foi criada, com outras atividades.

Com a expansão para o artesanato e cosméticos, veio o fortalecimento do grupo. O projeto Artesãs da Paz, conforme ela, possibilitou maior organização e novas possibilidades de qualificar o trabalho das mulheres. A comercialização a cada dia tem crescido principalmente em feiras da região e exposições.

Mais informações
Casa Lilás (Sede de Crato)
Rua José Alves de Figueiredo, 1022
Bairro: Misericórdia
Telefone: (88) 3521.5546

ELIZÂNGELA SANTOS
REPÓRTER 

Fonte: Diário do Nordeste



AddThis