Cid diz que responsabilidade de repressão a manifestantes é do Governo Federal

Se a repressão das manifestações nas vias de acesso à Arena Castelão chamou atenção pela violência policial, a desproporção ainda foi leve se comparada à força empregada nas comunidades do entorno do estádio. Após dispersarem protestos da avenidas Alberto Craveiro e Paulino Rocha, policiais militares perseguiram manifestantes entre ruas próximas das vias, envolvendo crianças, adultos e idosos no processo. Em entrevista após o jogo do Brasil, o governador Cid Gomes (PSB) lamentou a violência, disse que a orientação da PM era de evitar confrontos e afirmou que a operação era de responsabilidade do Governo Federal.

Equipe do O POVO presenciou ainda momento em que policiais do Comando Tático Motorizado (Cotam) dispararam contra cidadãos que não faziam parte das manifestações. Um morador da Aerolandia, que assistia o jogo com amigos e família no quintal de casa, foi atingido na perna após contestar ordens de policial. “Ele mandou eu sair correndo e, quando eu perguntei por quê, deu um tiro no chão, que jogou estilhaços na minha perna”, disse.

Outros dois disparos foram feitos contra janelas da área, deixando moradores em pânico. Haviam crianças no local. Na mesma ocasião, policiais do Cotam apontaram escopetas contra repórter do O POVO. “Tá querendo morrer? Corre pra lá”, ordenou um dos PMs, após o repórter questionar a razão da violência. O comandante geral da PM, Werisleik Matias, disse que desconhecia qualquer caso dessa natureza. Ele afirmou ainda que pessoas atingidas podem procurar a Controladoria da Polícia Militar e registrar denúncia.

Nas proximidades da Paulino Rocha, a dona de casa Adailma Soares, 40, abrigou oito manifestantes que tentavam fugir dos efeitos do gás lacrimogênio. “Depois, quando saí com uma criança, eles ainda estavam lá fora, atrás de manifestantes que não estavam fazendo vandalismo”, diz.

Fonte: O Povo



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