Rebanhos do CE ainda estão longe da meta de vacinação contra febre aftosa

Faltando uma semana para o fim da campanha e, portanto, da venda de vacinas contra a febre aftosa, o Governo do Estado intensifica o alerta aos criadores. Eles são, ao mesmo tempo, os maiores responsáveis e interessados na medida profilática. A meta é 90% do rebanho vacinado até 31 de maio. Mesmo assim, está em apenas 31,75% o índice de vacinação contra a aftosa no Ceará. No mesmo período de campanha em 2012 - realizada em junho, esse índice era de 45,3%. O balanço foi apresentado ontem pela Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA).

A Região Metropolitana de Fortaleza segue na ponta com a menor participação, até agora. Não menos que 25,49% do rebanho foi vacinado, seguido da Zona Norte (unidade regional Sobral, com 27,11%) e Vale do Jaguaribe (28,07%), outra unidade na Zona Norte (região da serra da Ibiapaba, com 29,64%), Inhamuns (30,75%), Sertão Central (34,83%) e, com o melhor índice até agora, a Região do Cariri, registrando 33,47% de vacinação.

Última hora
"A nossa orientação é que o criador não tarde mais. Ele deve comprar a vacina, pegar a nota fiscal, vacinar e, depois, declarar a vacinação em um escritório da Adagri ou da Ematerce. Em alguns casos, na própria Secretaria Municipal de Agricultura", afirma o secretário Nelson Martins, da SDA. Após prazo para comprar a vacina (31 de maio), os criadores têm até 15 de julho para mostrar a declaração.

A vacinação custa, em média, R$ 1,50 nas lojas veterinárias. E quem não vacinar deverá receber multa de R$ 15 por cabeça de gado. Como em anos anteriores, "só vai poder comprar o milho da Conab, o criador que tiver vacinado o seu rebanho", alerta Nelson Martins.

O trabalho no Interior é feito com apoio da Agência de Defesa Agropecuária, Ministério da Agricultura e Pecuária, Ematerce e as Secretarias Municipais de Agricultura.

O levantamento sobre o índice parcial foi feito a partir das oito unidades regionais no Crato, Iguatu, Limoeiro do Norte, Maranguape, Quixadá, São Benedito, Sobral e Tauá. Em 2012, o Estado chegou ao índice de 93%. Apesar do ritmo menor de vacinação em 2013, a Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA) espera, até a próxima semana, atingir os 90% necessários para a meta projetada.

Risco médio
O Ceará espera entrar na classificação de zona livre da aftosa, mas está na de risco médio. Para otimizar os trabalhos nessa meta, a SDA tem realizado exame de sorologia nos rebanhos. Foi realizada a coleta sanguínea de mais de 14 mil animais, o que levou à comprovação de que não há circulação de vírus da aftosa no Ceará. Os dados são preliminares, o resultado conclusivo sairá no mês que vem. "Por isso esse resultado da nossa vacinação desse ano é fundamental", explica Nelson Martins.

Bahia é o único Estado do Nordeste já em zona livre de aftosa. Os demais pleiteiam a classificação. Até o final do mês de junho o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) terá os dados de toda a região Nordeste - ao contrário de Ceará, os Estados da Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte terão a primeira etapa de vacinação no mês que vem.

A flexibilidade nos meses de campanha se dá pelos períodos de chuva e estiagem que os Estados tem enfrentado.

"Por ser uma doença de propagação muito rápida a lei federal recomenda a notificação obrigatória e o sacrifício imediato dos animais que estão com a doença. Mas se de um rebanho de 200 vacas, duas estão contaminadas, todo o rebanho tem que ser sacrificado", explica Augusto Júnior, presidente da Adagri.

Doença é muito contagiosa e afeta produção
Doença infecciosa causada por vírus, a febre aftosa atinge principalmente bovinos, bubalinos, ovinos, caprinos e suínos. Altamente contagiosa, pode ser transmitida por meio da baba do animal, com grande quantidade do vírus assim como o sangue, especialmente na fase inicial da doença. O vírus dessa doença é muito resistente, podendo resistir por meses na medula óssea do animal mesmo após sua morte, além do pasto, na farinha de ossos e no couro. Também pode ser transmitida por contato indireto em alimentos, água, ar, pássaros e humanos que cuidam dos animais, e que podem levar os vírus em suas mãos, roupas ou calçados, e infectar animais sadios. Os primeiros sintomas apresentados pelo animal são febre alta e perda do apetite, seguidos de aftas na boca, na gengiva ou na língua, e principalmente por feridas nos cascos ou nos úberes. O animal baba muito, contaminando todo o ambiente e tem grande dificuldade para se alimentar e locomover.

Mais informações
Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA) / Agência de Defesa Agropecuária do Ceará (Adagri)
Av. Bezerra de Menezes, 1.820
Telefone: (85) 3101.2500

Fonte: Diário do Nordeste


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