Juazeiro do Norte (CE): Chuva de 130mm causa estragos na cidade

O prefeito de Juazeiro do Norte, Raimundo Antônio Macedo (PMDB), decretou estado de emergência na segunda-feira, dia 1º de abril, por conta das chuvas do último sábado, 30 de março, no município que fica a 493 quilômetros de Fortaleza. O prefeito alega que a precipitação de 130 milímetros, em pouco menos de duas horas, provocou estragos em todos os bairros da sede e áreas rurais da cidade. O fato ocorre no momento em que o Ceará passa pela pior seca dos últimos 20 anos, em que 177 municípios decretaram estado de emergência pela falta d’água, incluindo Juazeiro.

“Foi uma chuva concentrada e forte. Não seria possível esperar terminar um processo licitatório, que leva 60 dias, para começarem as obras. A reconstrução é urgente”, calcula. Raimundão, como é conhecido o prefeito de Juazeiro, defende a necessidade do decreto, segundo ele, pelas várias crateras que se abriram nas zonas rurais e urbanas e deixaram muitas comunidades ilhadas. Além disso, informa, as águas também derrubaram muros e carregaram vários eletrodomésticos da população, como geladeiras e fogões.

“A chuva atingiu todo o Juazeiro, todos os bairros, mas não choveu tão forte em Barbalha (503 km de Fortaleza) e nem no Crato (504 km de Fortaleza)”, conta. Pelos cálculos do gestor municipal, serão utilizados recursos da ordem de R$ 1,5 milhão para as reparações na cidade. A princípio, o dinheiro vai ser retirado dos cofres próprios. Uma comissão foi formada com pessoas das várias secretarias municipais para identificar aquilo que foi destruído ou prejudicado em Juazeiro. Em seguida, serão encaminhados relatórios aos governos Estadual e Federal. “Vamos pedir ajuda”, diz

Oposição
O vereador Cláudio Luz (PT) acredita que o decreto de emergência por conta das chuvas foi uma ação exagerada do prefeito de Juazeiro. “Ele havia decretado emergência por conta da seca no dia 2 de janeiro. Uma chuva de 130 milímetros não justifica emergência, caso contrário, todos os estados da Região Norte estariam dessa forma”, argumenta. Segundo o parlamentar, o prefeito havia decretado estado de calamidade e depois voltou atrás ao verificar ter exagero na determinação.

Quando questionado se os estragos provocados pelas precipitações não seria justificativa suficiente, o vereador afirma que a questão é a falta de preparação da cidade. “Os estragos foram provocados pela falta de drenagem e de outras obras que possam conter as chuvas”, avalia. O vereador acusou o prefeito de usar o decreto de estado de emergência “para não precisar licitar nada”.

Entenda a notícia
O motivo alegado pelo prefeito de Juazeiro para o decreto de estado de emergência foi porque uma licitação demoraria muito tempo para ser finalizada e a cidade não poderia funcionar com todos os problemas da chuva

Saiba mais
Entre as 7 horas da manhã do dia 1º (segunda-feira) e as 7 horas do dia 2 (ontem), a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) verificou precipitação em 40 cidades.

Apenas três cidades apresentaram chuvas acima de 20 milímetros
A maior quantidade de chuvas foi em Granja, a 352 quilômetros da Capital, com 27,6 milímetros de chuva; no distrito de Bom Princípio, em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza, com 25 milímetros de chuva e na cidade de São Benedito, a 332 quilômetros e Fortaleza, onde choveu 23,2 milímetros.

Para hoje e amanhã, a previsão da Funceme para Fortaleza é de céu parcialmente nublado a claro, com possibilidade de chuvas isoladas.

ANGÉLICA FEITOSA
REPÓRTER

Fonte: O Povo



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