Ceará tem primeira morte por H1N1

O Ceará registrou a primeira morte pelo vírus da gripe H1N1. A vítima foi um homem de 52 anos, morador do município de Baturité. Uma mulher de 25 anos, de Pindoretama, também morreu devido à gripe, mas foi diagnosticada com o tipo comum da doença. Outras 17 pessoas estão internadas em hospitais devido à enfermidade. As informações são do boletim técnico da Secretaria Estadual da Saúde, divulgado ontem.

No ano passado, oito pessoas morreram no Estado vítimas da moléstia. A prevenção é a única forma de se proteger e a vacina, o meio mais eficaz de ficar livre da gripe por um ano. Por isso, há dez anos, ocorre no Brasil a campanha de imunização contra a doença que, neste ano, começa hoje, indo até o dia 26 de abril.

A campanha foi lançada na manhã de ontem, no Centro de Saúde Matos Dourado, no bairro Edson Queiroz, pelos titulares da Secretaria de Saúde do Município (SMS), Socorro Martins, e da Coordenadoria de Promoção e Proteção à Saúde da Sesa, Manoel Fonsêca. A meta é imunizar 1, 5 milhão pessoas dos grupos prioritários no Ceará. Entre elas, 192,9 mil crianças de seis meses a menores de 2 anos; 121,9 mil trabalhadores de saúde, 96, 4 mil gestantes, 15, 8 mil mulheres no período de até 15 dias após o parto, 21,9 mil indígenas, 924, 7 mil idosos a partir dos 60 anos, 178, 9 mil portadores de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais, como obesidade e transplantados, e ainda 15, 2 mil presidiários.

Em Fortaleza, informa a titular da Secretaria de Saúde do Município (SMS), Socorro Martins, o objetivo é vacinar 421 mil pessoas nos oito grupos de maior risco. "Isso não quer dizer que quem esteja fora dos grupos não possa se imunizar. Nos prioritários, a meta é alcançar 80% desses segmentos", diz.

A secretária afirma ainda que, por ser uma doença recorrente, a gripe é considerada por algumas pessoas uma patologia sem maiores consequências. "Porém, essa concepção é equivocada, já que a enfermidade pode inclusive causar a morte".

Hoje, Dia D para o combate à gripe, 27.180 pessoas estarão trabalhando, com o apoio de 2.010 veículos para garantir ampla cobertura de vacinação nos 1.900 postos fixos e 1.350 postos volantes. Em Fortaleza, todos os 92 postos da Capital estarão abertos das 7h30 às 17h. Para quem está com dificuldade de ir até um posto, há equipes que fazem a vacinação em domicílio. Durante a campanha, são oferecidas as vacinas Trivalente, contra Influenza B (Sazonal), Influenza A (H3N2) e Influenza A (H1N1); Pneumococo 23 valente, contra doenças invasivas causadas pelo pneumococo para pessoas institucionalizadas e acamadas; Hepatite B, para intensificação na faixa etária até 29 anos; e dupla adulto, contra difteria e tétano.

Quem não faz parte dos grupos prioritários pode encontrar clínicas e laboratórios onde a vacina contra a H1N1 é paga. Nesses lugares, os valores, para os adolescentes e adultos, variam de R$ 60 a R$ 80. Para menores de 3 anos, a vacina custa, em média, R$ 70.

Infecção
Fonsêca explica que a influenza (gripe) é uma infecção viral aguda que afeta o sistema respiratório. É de elevada transmissibilidade e distribuição global, com tendência a se disseminar facilmente em epidemias sazonais. "A transmissão ocorre por meio de secreções das vias respiratórias da pessoa contaminada ao falar, tossir, espirrar, ou pelas mãos, que, após contato com superfícies recém-contaminadas por secreções respiratórias, podem levar o agente infeccioso direto à boca, aos olhos e ao nariz", frisa.

A maioria das pessoas infectadas se recupera em até duas semanas sem tratamento. "Nas crianças muito pequenas, idosos e portadores de quadros clínicos especiais, a infecção pode levar a pneumonia e morte", aponta o coordenador.

Os casos graves da doença evoluem para a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) levando até mesmo ao óbito. "Essas complicações são bem mais comuns entre menores de 2 anos, idosos, gestantes e pessoas com história de patologias crônicas, podendo elevar as taxas de mortalidade nestes grupos específicos", diz ele.

Saiba as diferenças entre gripe e resfriado
Uma confusão comum é achar que gripe e resfriado são a mesma coisa. A gripe, além de ser causada pelo vírus influenza, altamente mutante, apresenta sintomas mais generalizados, que incluem febre alta, dores no corpo, dor de cabeça, tosse e sensação de intensa fraqueza. O resfriado, por sua vez, é causado por outros vírus, entre eles, o sincicial/respiratório, o parainfluenza, o rinovírus e o adenovírus.

Embora os sintomas sejam parecidos, estes estão mais localizados no trato respiratório superior (nariz e garganta), sendo normalmente mais brandos e de curta duração. Por essas diferenças, a vacina da gripe não protege de resfriados.

Fonte: Diário do Nordeste



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