Barbalha (CE): Cidade tem alto índice de violência contra a mulher

Os números da violência contra a mulher na cidade de Barbalha, Região do Cariri, vêm preocupando o Município. Segundo a vereadora e membro do Conselho da Mulher na terra dos verdes canaviais, Ednalda dos Santos, apenas em 2012, até o mês de novembro, foram registradas 159 ocorrências de violência contra a mulher na delegacia de polícia.

O mapeamento da violência de gênero vem sendo feito pelo Conselho da Mulher em parceria com a Polícia e os Centros de Referência Especializados da Assistência Social (Creas). O objetivo é terminar o levantamento até janeiro de 2013.

Várias comunidades de Barbalha vêm sendo visitadas por promotores, juízes, assistentes sociais, policiais e militantes do movimento de mulheres com o intuito de falar e combater a violência. “A promotoria de Barbalha vem dando essa contribuição, indo com a gente a varias comunidades, conscientizando, alertando, falando sobre como evitar a violência e cultuando uma cultura de paz e respeito pelas pessoas”, afirmou Ednalda.

Segundo ela, os bairros Alto do Rosário, Malvinas, Bela Vista e Santo André são consideradas áreas de risco quando se fala em violência doméstica. Já em 2012, o Creas se surpreendeu com o grande número de denuncias no centro da cidade, área considerada calma e sem maiores registros nos anos anteriores.

Outro fato que chamou a atenção foi que mesmo com o aumento do número de denuncias em relação a 2011, o número de casos que chegou à Justiça caiu em relação ao ano passado. Mesmo sem saber quantificar essa diferença, a vereadora se disse espantada. “Temos trabalhado com o maior número de parceiros possíveis a agora vamos tentar trabalhar com os agressores, pois a vítima já recebe todo o apoio que podemos”, afirmou.

Segundo Ednalda, a situação das mulheres tende a piorar caso o poder público não trabalhe a questão do agressor. Ela destacou que, agora, o Ministério Público pode dar encaminhamento ao processo independentemente da vontade da vítima de levar o caso à esfera judicial. “Muitas vezes a mulher não dá queixa por medo”, ressaltou a parlamentar.

Para combater esse problema, campanhas de conscientização, mais ações do poder público, mais políticas públicas para as famílias, mulheres crianças e idosos têm ajudado a inverter a lógica da cultura da violência por uma cultura de paz. O trabalho desenvolvido faz parte da campanha nacional pelo fim da violência contra a mulher.

Entenda a notícia
Apesar da Lei Maria da Penha e do maior investimento em políticas públicas, o índice de homicídios de mulheres continua alto, fazendo do Brasil o sétimo colocado em lista de assassinatos de mulheres 84 países.

Tarso Araújo

Fonte: O Povo

Nenhum comentário:

Postar um comentário

AddThis