Defesa Civil Nacional aponta desperdício de água no Ceará

Representantes da Secretaria Nacional da Defesa Civil, Loiane Souza e Sandoval Leonardo Júnior, afirmaram na manhã de ontem, em reunião do Comitê Integrado de Combate à Estiagem no Estado, que água potável da Operação Carro-Pipa estaria sendo desperdiçada nas ações da Defesa Civil estadual.

Em sua apresentação para o Comitê, composto por vários órgãos e também pelo secretário de Desenvolvimento Agrário, Nelson Martins, ela destacou o caso da comunidade Corredor, no município de Mucambo, a 298,3 km de Fortaleza. Lá, motoristas de carros-pipas, os chamados pipeiros, informaram aos técnicos da Secretaria que o excedente da água trazida deveria ser despejada.

Segundo ela, naquele caso, os caminhões têm capacidade para oito mil litros, enquanto a cacimba apenas para seis mil. Segundo os motoristas, essa teria sido a orientação recebida da Constram, a empresa contratada para realizar o serviço, para que todo o plano de trabalho, estipulado no início pudesse ser cumprido sem desvios.

Esse não foi o único problema apontado. Para ela, há falta de comunicação entre os órgãos envolvidos. Em alguns casos, prefeituras mandaram ainda no primeiro semestre do ano planilhas de trabalho - com detalhes de onde os veículos deveriam distribuir a água - mas até agora não teriam obtido retorno. O prefeito de Piquet Carneiro, Expedito José do Nascimento, presente à reunião, confirmou que a situação no seu município.

Sandoval sugeriu, ainda, que se construísse uma planilha para que os responsáveis locais, como Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec), Exército e prefeituras, pudessem acompanhar mudanças e alterações.

Outro lado
O representante da Constram, Osvaldo Furtado, afirmou que esta não é essa a diretriz dada aos funcionários que estão na Operação. Furtado diz que a orientação, ao contrário, é de que os pipeiros despejem a água sobressalente na cisterna mais próxima. Ele diz que irá apurar as denúncias.

Segundo Furtado, os documentos mandados pelas prefeituras demandam análise. Quando não há detalhes suficientes - como latitude e longitude das áreas carentes - técnicos precisariam fazer esse levantamento o que adiaria a chegada dos veículos. O secretário Nelson Martins aconselhou que a Associação dos Municípios do Estado do Ceará (Aprece) coordenasse essa integração.

Na Operação, há, segundo o capitão Marcos Diógenes, gerente do núcleo de resposta da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec), 86 carros-pipa monitorados eletronicamente. O coordenador da Cedec, o coronel Silvio Tavares, quer, até 15 de dezembro, o dobro de caminhões nos municípios. Por enquanto, a Cedec atende 27 cidades de um total de 80 pelas quais responde.

Entenda a notícia
O motivo do desperdício seria para que o planejamento inicial fosse cumprido sem desvios. O responsável da Constram, empresa que faz o serviço, nega que essa seja a orientação.

Alan Santiago

Fonte: O Povo

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