Planos de manejo florestais visam conservação ambiental e incentivo social e econômico na Caatinga

Na mesorregião da Chapada do Araripe, que abrange os estados do Ceará, Pernambuco e Piauí, iniciou-se um Projeto para implementação de manejo florestal em Assentamentos da Reforma Agrária. A atividade é uma iniciativa da Associação Plantas do Nordeste (APNE) em parceria com o Centro de Habilitação e Apoio ao Pequeno Agricultor do Araripe (Chapada) e o Centro de Educação Comunitária Rural (Cecor). Prevista para acontecer nos próximo dois anos, a ação é financiada pela Caixa Econômica Federal, através do Fundo Socioambiental, e tem o apoio do Ministério do Meio Ambiente (MMA).

Caracterizada por ser o maior Polo Gesseiro do país, a Chapada do Araripe também possui forte influência das indústrias de cerâmica e alimentícia. Deste modo, o consumo de lenha é intenso e vem crescendo por ser, de fato, uma alternativa limpa e renovável de consumo industrial de energia. Sua exploração, porém, é feita de forma desordenada e sem dialogar com a realidade comunitária local e o meio ambiente. Essa situação provoca maiores riscos de desertificação, que vem avançando na Caatinga, bioma da região. Por outro lado, a área possui grande potencial para a criação de alternativas produtivas, sustentáveis e sociais em sua zona rural.

Diante desse cenário, aparece o Manejo Florestal Comunitário e Familiar. Além de possibilitar o resgate e a conservação da biodiversidade e do solo da Caatinga, o plano incentiva a geração de emprego e renda aos agricultores familiares através da comercialização de madeira sustentável e legal. A inclusão dos Assentamentos Rurais, fortemente disseminados no campo, torna-se, assim, fundamental nesse processo. “Por um lado, é importante que os assentamentos desenvolvam práticas de uso e produção sustentáveis para geração de renda e que conservem os recursos naturais. Por outro, eles devem ter o direito e a oportunidade de participarem da cadeia de energéticos florestais como parte de produção de energias renováveis. A energia é e será uma questão prioritária mundial em um futuro próximo”, comenta o coordenador do Projeto e diretor técnico da APNE, Frans Pareyn.

O foco no manejo sustentável, envolvendo os assentados em todas as etapas da ação, não deixará de estimular outras atividades da agricultura o que relaciona o plano à ideia de convivência com o semiárido. Em dois anos, pelo menos 10 mil hectares de área manejada serão implementadas, o que significa que cerca de 1.000 famílias farão o trabalho de manejo e comercialização da madeira e dos produtos agrícolas. A Chapada do Araripe inicia um processo de união entre economia, combate à desertificação e à outras degradações ambientais e reformas sociais, traduzidas na efetivação da cidadania do trabalhador e trabalhadora rural.

Manejo Florestal                                          
O Manejo Florestal é uma forma de exploração de recursos naturais que garante a sua recuperação, regeneração e recomposição. Esse processo, além de criar benefícios econômicos e sociais, possibilita a conservação da capacidade produtiva do bioma trabalhado, no caso, a Caatinga. A ação é legal e não compete com outras atividades produtivas, como a apicultura e a pecuária. Os trabalhadores e trabalhadoras rurais podem ver nesse trabalho mais uma fonte de renda que ainda garante a estabilidade de emprego nos períodos de seca. O estímulo à agricultura familiar faz do manejo mais uma forma de se conviver de maneira sustentável com o semiárido.

Mais informações
Arméle Dornelas
Assessora de Comunicação
Associação Plantas do Nordeste
(81) 99079717 / (81) 91411424 

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