Juazeiro do Norte (CE): UTI fica sem energia e bebê é transferido

O Ceará teve os 184 municípios atingidos pelo apagão da noite desta quinta-feira (25) e madrugada desta sexta (26). No Interior, o caso que exigiu mais atenção foi o de um bebê de 33 semanas internado na UTI neonatal do Hospital São Lucas, em Juazeiro do Norte.

O gerador do hospital, que é novo, apresentou problemas e não entrou em funcionamento. A instituição teve que transferir a criança para outra unidade. No mesmo hospital, um bebê tinha acabado de nascer quando veio o apagão, segundo o diretor Paulo Landim.

A falta de energia também causou danos à população no restante da Região do Cariri. Devido às altas temperaturas, a maior reclamação foi quanto ao funcionamento dos equipamentos eletrônicos que pudessem minimizar o calor, como ventiladores e ares-condicionados.

Na manhã de ontem, as ruas de Juazeiro do Norte ainda demonstravam os efeitos do blecaute, alguns sinais de trânsito permaneceram apagados, o que gerou lentidão no tráfego de veículos. No entanto, o maior prejuízo foi registrado nos hospitais municipais, onde os geradores não funcionaram. Contudo, não houve suspensão dos atendimentos.

Em Iguatu, maior cidade da região Centro-Sul do Ceará, muitas pessoas não suportaram o calor dentro de casa e esperaram o retorno da energia sentadas nas calçadas. Foi uma cena comum em vários bairros e ruas.

"Foi uma madrugada enfadonha para a maioria que iria trabalhar no dia seguinte", disse a enfermeira Mardônia Vieira. O rádio a pilha passou a ser o companheiro de muitas pessoas em busca de informações durante as horas de apagão.

As padarias atrasaram a produção dos pães e tiveram prejuízo no preparo da massa fermentada. "Parte da massa ficou perdida", disse a gerente de panificadora Neuma Leal.

O Hospital Regional de Iguatu funcionou regularmente graças ao gerador de energia. Postos de gasolina tiveram que trabalhar com sistema manual. Não houve relatos de violência.

Tranquilidade
No Vale do Jaguaribe, o apagão repercutiu de forma tranquila. Hospitais de Russas e Limoeiro do Norte funcionaram com ajuda de geradores. Comerciantes do ramo restaurantes não sofreram grandes prejuízos, por conta da hora em que faltou energia. Nenhum dano em grandes proporções foi registrado. Para o dono de uma sorveteria em Russas, André Marcos, se o apagão tivesse acontecido durante o dia, o prejuízo teria sido maior.

Nos postos de saúde de Russas, as vacinas, que são armazenas em geladeiras, não perderam a validade devido à falta de energia, segundo afirmou a responsável pelo setor de imunização de um posto de saúde, Liduína. Ela explicou que as geladeiras dos possuem baterias que conseguem manter a temperatura durante certo período, em caso de blecautes.

O boletim do plantão policial emitido pelo 1º Batalhão de Polícia Militar, que abrange toda a região, não notificou ocorrências relacionadas ao apagão. Mesmo sem energia, um show de forró, aberto ao público, acontecia na praça da rodoviária em Limoeiro do Norte e o mesmo não foi interrompido por conta dos geradores contratados.

Em Sobral, o blecaute também foi vivido com tranquilidade. De acordo com as informações policiais, não houve registros de incidentes. Nos estabelecimentos comerciais, como lanchonetes, a perda foi mínima, segundo os proprietários. Os hospitais funcionaram com o uso de geradores. O maior incômodo para a população foi o calor.

Foto: Franklin Almino

Fonte: Diário do Nordeste

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